A radiografia panorâmica no processo de diagnóstico na odontologia

Neste mês de dezembro escolhi um assunto muito importante: Radiografia Panorâmica. Por ser o exame radiográfico extraoral mais solicitado pelos dentistas, ainda existem dúvidas a respeito deste exame e suas indicações na odontologia.

Então, vem comigo que vou esclarecer alguns pontos principais de maneira simples e objetiva!

Todos nós sabemos da importância dos exames radiográficos no processo do diagnóstico na odontologia, certo? Sendo assim, o diagnóstico é o resultado da avaliação clínica que é realizada juntamente com a avaliação dos exames radiográficos. Neste contexto, a radiografia panorâmica ganha destaque na odontologia já que ela possui algumas características particulares. Por exemplo: mostrar a maxila e mandíbula do paciente em um único filme radiográfico, de maneira rápida, tendo, relativamente, uma baixa dose de radiação e custo acessível.

Eu costumo dizer que a radiografia panorâmica é um exame de avaliação dentaria, pois é requerida (ou deveria ser sempre) antes mesmo de se iniciar os tratamentos odontológicos. Assim, o cirurgião-dentista pode ter o entendimento do estado de saúde geral do seu paciente, possibilitando ao mesmo realizar desde avaliações simples (como verificar a quantidade de dentes presentes na maxila e na mandíbula), bem como avaliações mais criteriosas (como a presença de cáries, perda óssea alveolar e o diagnóstico radiográfico de lesões dentais e nos ossos adjacentes e de todo o sistema estomatognático).

O que é uma radiografia panorâmica:

Diferente da radiografia tradicional, a radiografia panorâmica cria uma única imagem de toda a boa, ou seja, arcada superior e inferior, articulações temporomandibulares (ATM), região do nariz e seios nasais. Por mais que as estruturas das arcadas estejam em curva, essa imagem mostra uma representação plana da estrutura. Facilitando a análise de cada parte para o profissional.

Desse modo, destaco as principais indicações da radiografia panorâmica na odontologia:

  •  avaliação geral da dentição;
  • avaliação inicial da posição dos dentes não erupcionados;
  •  avaliação inicial das articulações temporomandibulares e de trauma dentomaxilofacial;
  • análise de patologias intraósseas e anomalias dentais;
  • avaliação da erupção da dentição permanente e de distúrbios de desenvolvimento do esqueleto maxilofacial.

Também há contraindicações para sua realização, são elas:

  •  avaliação de pequenas lesões cariosas (devido a algumas características da técnica não temos uma precisão para avaliar lesões cariosas nas faces interproximais dos dentes. Neste caso, é indicada a radiografia interproximal, mas isso já é tema para outro artigo);
  •  avaliação detalhada das estruturas periodontais;
  •  avaliação detalhada de lesões periapicais;
  •  avaliação para o planejamento preciso de implantes.

Quero ressaltar que a radiografia panorâmica é um exame que fornece informações bidimensionais. Por isso não fornece qualquer informação a respeito da dimensão vestíbulo-lingual (palatal) ou da inclinação do processo alveolar por exemplo.

Nesta técnica, existe magnificação da imagem o que a torna imprópria para alguns tipos de procedimentos que necessitam de extrema precisão e de confiabilidade em medidas. Por exemplo, para o planejamento de implantes, a radiografia panorâmica não é o exame mais adequado. O exame pode servir de base para o profissional, mas é preciso ter em mente estas deficiências da técnica e ter a perspicácia e segurança de solicitar exames como a Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico (Cone Beam) para avaliação precisa da localização de estruturas anatômicas importantes. Também para realizar medidas de espessura de osso nas regiões que receberão os implantes dentais, com o intuito de evitar intercorrências e negligências.

Gostaram? Espero que sim! Aproveito pra desejar um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de prosperidade a todos vocês e suas famílias!

Até o próximo artigo, em janeiro de 2019!

Referências bibliográficas:

WHITE & PHAROAH. Radiologia Oral. Princípios e Interpretação. 7ª ed.
WATANABE & ARITA. Imaginologia e Radiologia Odontológica. ELSEVIER.

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