A importante interpretação de imagens radiográficas na Odontologia

Pra começarmos nossa “conversa radiológica” precisamos esclarecer alguns conceitos importantes e, por isso, eu elaborei este primeiro conteúdo pra vocês com muito carinho. Você tem ciência da importância da Radiologia na Odontologia? Você está preparado pra adquirir e interpretar uma imagem radiográfica? Embarque comigo nesse fantástico mundo preto, branco e com muitos tons de cinza, pois assunto é o que não vai faltar!

É com muita alegria que fui convidada para compor este time de profissionais competentíssimos da Dental Cremer e contribuir para propagação e compartilhamento do conhecimento, de forma ética, profissional e sempre com amor à nossa Odontologia e à minha especialidade que é a Radiologia. Isso é o que me motiva, então vamos lá!

Afinal, o que é uma radiografia?

As radiografias são exames ou como dizemos, projeções bidimensionais de estruturas tridimensionais, portanto, não expressam a profundidade. Dessa maneira, muitas estruturas aparecem sobrepostas na imagem, o que pode dificultar sua avaliação. Por isso é extremamente importante o conhecimento da anatomia normal das estruturas e como elas se apresentam na imagem radiográfica. Para depois, conseguirmos identificar uma estrutura anormal, que pode ser uma variação da normalidade ou uma doença já instalada por exemplo.

O conhecimento da anatomia normal do complexo dentomaxilofacial e das estruturas adjacentes constitui uma base sólida para a correta interpretação radiográfica. Eu gosto muito da seguinte frase que desde a época da minha formação eu escutei de um grande Professor e me acompanha até hoje quando ministro minhas aulas: “Quem não sabe o que procura, não reconhece o que encontra”. Desse modo, compreendemos que na radiologia nada é adivinhação e sim o resultado do estudo e interpretação das imagens.

Quais são os objetivos da avaliação de uma radiografia dental?

A avaliação de uma radiografia odontológica consiste então em 3 objetivos principais, são eles:

  • Identificar a presença da doença ou agravo no complexo dentomaxilofacial;
  • Fornecer informações da natureza e da extensão da condição/doença;
  • Possibilitar a formação de diagnósticos diferenciais.

Na radiologia, todo diagnóstico feito é baseado na avaliação correta dos exames imaginológicos, sem esquecermos de que o diagnóstico final será o resultado das avaliações clínica, radiográfica e histopatológica. O exame radiográfico faz parte dos exames complementares e são requeridos após a avaliação clínica e verificação de sua necessidade. Afinal, trata-se de um exame que se utiliza da radiação ionizante para formar a imagem e por isso os princípios de radiobiologia e radioproteção devem estar muito bem esclarecidos e sempre respeitados pelos profissionais. Exame radiográfico não é brincadeira, tem indicação correta, sempre!

E o que são as chamadas estruturas radiopacas e radiolúcidas que vemos numa imagem radiográfica?

As radiografias são projeções de sombras em áreas que variam de tonalidade entre o preto e o branco, com nuances intermediárias de cinza. Sendo assim, entendemos que a variação de tonalidades das sombras radiográficas nos permite a classificação das imagens em 2 categorias: as radiopacas, que correspondem às imagens de estruturas que possuem maior poder de absorção dos raios X; as radiolúcidas, que são imagens de estruturas que absorvem pouco os raios X.

Desse modo, em condições normais por exemplo, o esmalte dental que é uma estrutura bem rígida, densa, rica em cálcio, aparece totalmente radiopaco numa radiografia; enquanto a polpa dental que é um tecido mole, pouco denso, rico em sangue aparece totalmente radiolúcido. Estruturas diferentes irão apresentar imagens diferentes, dependendo da sua composição (estrutura atômica) e da sua massa.

Até a próxima!

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