5 fatos sobre a especialização em ortodontia

Desde pequeno sempre admirei a especialidade da Ortodontia. Achava incrível um profissional poder posicionar os dentes corretamente através de aparelhos, transformando sorrisos metálicos em algo estético e funcional.

Na faculdade, a matéria demorou a chegar. Era muito comum ouvir comentários do tipo: “Aquela matéria é muito chata pois temos que fazer dobra e é bem difícil” ou “na prova prática tivemos que fazer até uma ‘casinha’ com dobras” e isso só fez aumentar o meu interesse e expectativa.

Ortodontia na faculdade

Na matéria, tive os seguintes conteúdos:

  • Hereditariedade das maloclusões dentárias;
  • Aspectos típicos e atípicos no desenvolvimento da oclusão na dentadura decídua, mista e permanente;
  • Diagnóstico e plano de tratamento em Ortodontia Preventiva;
  • Noções de cefalometria, etc.;
  • Confecção de aparelhos ortodônticos/ortopédicos preventivos.

Na graduação aprendi que é uma especialidade que necessita de muita dedicação e empenho. Além das provas teóricas serem bem complexas, a prática necessitava de mãos bem treinadas para fazerem as dobras, além de decorar o uso correto de cada alicate em diferentes partes do fio, e qual fio ideal a ser utilizado.

5 fatos sobre a especialização em Ortodontia

Fato 01: Qual o tempo necessário para a formação?

Salvo exceções, essa é a especialidade de maior duração. Possuindo encontros mensais e uma duração de 36 meses. É dividida em aulas teóricas, práticas laboratoriais e clínica para atendimento. Com o objetivo de tornar o profissional apto a diagnosticar, planejar e realizar o tratamento ortodôntico preventivo, interceptor e corretivo.

Inicialmente, o treinamento inclui uma fase laboratorial intensiva antes da fase clínica. É importante pesquisar qual área o curso segue, como no caso de Ricketts, por exemplo. Pois cada especialista irá atuar nesse âmbito após a formação. Sendo o valor médio do curso R$ 1.500 mensais variando para mais ou menos de acordo com a região e faculdade.

Antes de realizar a matrícula, verifique se a instituição possui reconhecimento do CFO (Conselho Federal de Odontologia), pois será necessário para a sua atuação no mercado.

Fato 02: Como faço para iniciar a especialização em Ortodontia?

Para iniciar o curso de especialização é necessário ter concluído a graduação. Há diversos locais que oferecem a especialidade em Ortodontia mas é sempre importante verificar:

• Carga horária;
• Se os professores são mestres ou doutores na área;
• Se os professores atendem em consultório particular na especialidade (considero muito importante essa rotina clínica, pois traz uma vivência realista da profissão).

O ingresso nos cursos de pós graduação varia de cada instituição. Algumas exigem uma prova de seleção seja por currículo ou prova teórica. Outras, apenas solicitam o pagamento da matricula, além da documentação necessária.

Fato 03: Qual a média de salário?

Não é possível afirmar de certeza, pois alguns fatores podem variar, como:

• Se o consultório é próprio ou se trabalha por porcentagem em outra clínica;
• Qual região e publico alvo que atende (A, B ou C);
• Quantos pacientes possui e quantos consegue atender diariamente.

Além disso, vai depender da qualidade teórica e habilidade do profissional. Em síntese, a remuneração está relacionada ao número de pacientes que o dentista estará predisposto a atender na quantidade de horas diárias trabalhadas.

Fato 04: Como está o mercado de trabalho?

De acordo com o site do CFO, atualizado em ABR 2019, é a especialidade que possui o maior número de inscritos. Em nível nacional, a especialidade possui um total de 26.747 profissionais, sendo 15.578 mulheres e 11.169 homens.

É importante frisar que o profissional só pode atuar na especialidade após obter registro pelo Conselho Federal de Odontologia.

Fato 05: Relacionamento com o paciente

Talvez essa seja a especialidade mais exige proximidade e relacionamento com pessoas. Você irá tratar o paciente uma ou mais vezes por mês nos próximos anos. E verá, que seus pacientes serão boa parte adolescentes. E fazer uma mudança radical nessa fase de maior ‘rebeldia’ exigirá muito diálogo. Será como um “casamento” e para que dê tudo certo, necessitará do compromisso e responsabilidade de ambos.

Por fim, essas foram algumas curiosidades que sempre me questionam e que considero importante lembrar. Nós somos o futuro da especialidade, e o que fará a mesma se desenvolver de uma maneira positiva são os profissionais envolvidos.  É importante estar presente em instituições como a ABOR (Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial), entidade sem fins lucrativos que tem como missão promover a prática ética da Ortodontia e Ortopedia Facial.

A Ortodontia vai além de uma especialidade que melhora a função oral. Ela traz o sorriso largo para aqueles que sorriram de maneira tímida por muitos anos. É alegria, confiança! Espero que tenha gostado e caso possua outras dúvidas relacionadas a Ortodontia e a transição mundo acadêmico X profissional pode enviar nos comentários.

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