Conceito, etiologia e terapêutica da doença cárie – Parte III

Já ouvimos vários nome para a doença cárie, algumas mais “antigas”, outras mais “novas”, mas todas aparecem vez ou outra no vocabulário de pais, mães e ate de cirurgiões dentistas. Será que existe um termo mais adequado? Na parte três da sequência de artigos sobre o assunto, trouxe algumas referências bibliográficas sobre o uso correto do termo.

Com o avanço das pesquisas cientificas ao longo dos anos, nosso entendimento foi aprimorado.

Tem algo de errado nessa frase: “uma carie, duas carieS…” Porém, não existe plural da doença, só singular! Assim como não contamos “as cataporas” de uma criança. Ex. “seu filho tem duas bolinhas de catapora”. Ele apenas “TEM” catapora! Então, quando formos colocar no plural, colocamos o termo “LESÃO” no plural: “Seu filho tem DUAS LESÕES de cárie”.

Rampante, de mamadeira, precoce da infância, do lactente, do aleitamento, ântero-superior… Acredito que você já deve ter ouvido falar algum desses termos. Cientificamente falando, já não usamos mais nenhum deles!

Veja: Carie rampante (MASSLER, 1945), vem lá dos anos 40!

Carie de Mamadeira (MCDONALD, 1977), vem dos anos 70!

“Cárie precoce da infância” será que é correto falar dessa maneira?

Se formos avaliar ao pé da letra, será que a doença se manifestou “antes” do tempo? Ou deveria existir “carie tardia da velhice”? Portanto, existe um “timming” para a doença se manifestar? A resposta é: NÃO! E por isso que esse termo já não é mais o correto a ser utilizado.

Já estamos em 2020! E temos um novo consenso sobre as definições!

Em 2019, 11 experts de todo o mundo foram convocados pela International Association of Paediatric Dentistry (IAPD) para criar um documento com a finalidade de “calibrar” e criar abordagens e políticas colaborativas para diminuir a doença cárie. Esses pesquisadores tinham definições baseadas em evidências e compreensões sobre a etiologia, fatores de risco e intervenções para reduzir a doença. Hoje, com a nomenclatura “Cárie na Primeira Infância” (CPI).

Fiquem de olho nos próximos artigos!

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