[GUIA] Silicone de Adição ou Poliéter? Qual é o melhor material de moldagem?

Ao escolher um material de moldagem odontológica, é muito comum surgirem dúvidas sobre qual produto entrega maior reprodução de detalhes, precisão e estabilidade dimensional, pois esses fatores impactam na previsibilidade do caso clínico.

Em relação aos elastômeros na Odontologia, o silicone por adição e o poliéter são duas opções muito válidas para diferentes casos que envolvam moldagem, sendo citados na literatura como materiais de referência.

Para escolher o material ideal para cada situação clínica, é importante conhecer as propriedades físico-químicas, benefícios, limitações e indicações.

Nesse artigo, criamos um guia completo para apresentar as vantagens de cada material e quais procedimentos são mais indicados, solucionando as dúvidas comuns do dia a dia clínico.

Silicone de adição

Também chamado de polivinil siloxano, é um elastômero que apresenta precisão na reprodução de detalhes e excelente recuperação elástica.

Sua presa ocorre por adição, sem formação de subprodutos voláteis, oferecendo grande estabilidade dimensional.

Principais características

  • Alta estabilidade dimensional;
  • Excelente elasticidade;
  • Precisão elevada;
  • Grande reprodução de detalhes.

É de suma importância que o material seja extremamente resistente, com isso, a moldagem dificilmente apresentará rasgamento ou descolamento.

Indicações clínicas do silicone de adição

  • Prótese total;
  • Prótese parcial removível.
  • Próteses fixas;
  • Restauração indireta;
  • Moldagem de preparos com término bem definido;
  • Moldagem de pilares de implantes.

Vantagens

  1. Estabilidade dimensional superior, permitindo vazamento tardio;
  2. Excelente recuperação elástica, reduzindo distorções na remoção;
  3. Automistura das pastas fluidas, minimizando a possibilidade de bolhas;
  4. Disponível em diversas viscosidades: pesada, média, leve e extraleve.

Conheça as viscosidades do silicone de adição:

  • Putty (pesada);
  • Regular body (média);
  • Light body (fluida);
  • Extra light body (superfluida).

Limitações

  • Menor hidrofilia comparado ao poliéter;
  • Sensível à presença de resíduos de látex, que podem interferir na polimerização;
  • Embora estável, pode sofrer bolhas em ambiente muito úmido.

É necessário que o silicone seja extremamente hidrofílico para que consiga penetrar na região do sulco e copiar os detalhes mais precisamente.

O silicone de adição é naturalmente hidrofóbico, mas os fabricantes incorporam surfactantes, que melhoram sua interação com a umidade e reduzem bolhas na interface dente-material.

Como manipular o silicone de adição?

Esse material exige alguns cuidados que devem ser seguidos à risca. Saiba como realizar a manipulação:

  1. Faça a dosagem da pasta base com a pasta catalisadora e realize a manipulação sem a utilização de luvas de látex;
  2. Caso prefira, utilize luvas de vinil. O látex interage com o material e dificulta a polimerização;
  3. É possível manipular o silicone por adição de duas formas: utilizando o material denso primeiro, fazendo o alívio e moldando juntamente com a pasta fluida;
  4. Também pode ser feito em conjunto: uso simultâneo do material pesado e leve.

Como evitar as temidas bolhas na moldagem com silicone de adição?

É muito comum que as moldagens apresentem bolhas quando não manipuladas de forma correta. Existem algumas soluções que devem ser levadas em conta para que isso não aconteça:

  • Antes de levar a pasta leve para a boca do paciente, dispense um pouco do material em um bloco para garantir a sua homogeneidade;
  • Utilize pontas dispensadoras originais;
  • Evite movimentos de vai e vem, pois facilitam na incorporação de bolhas no material.

Principais marcas de silicone de adição

Há diversas marcas disponíveis no mercado, como por exemplo:

  • Henry Schein;
  • Zhermack;
  • Solventum | 3M;
  • Kulzer;
  • DMG;
  • Yller.

O silicone de adição da Henry Schein se destaca por apresentar alta estabilidade dimensional, resultando em modelos fiéis e menor índice de refação protética, otimizando seu tempo de clínica.

Instruções detalhadas para uso do silicone de adição Henry Schein, incluindo técnicas de moldagem dupla e simultânea, além de cuidados pós-moldagem.

Poliéter

É um material altamente hidrofílico, com excelente fluidez e apresenta grande capacidade de reprodução de detalhes em ambientes úmidos.

Principais características

  • Hidrofilia elevada;
  • Excelente estabilidade dimensional;
  • Reprodução de detalhes superior, principalmente em margens subgengivais.

Indicações clínicas do poliéter

  • Moldagens de implantes com geometrias complexas;
  • Preparos subgengivais difíceis de isolar;
  • Prótese fixa;
  • Restaurações indiretas;
  • Técnica do casquete;
  • Prótese total;
  • Prótese parcial removível.

Vantagens

  • Hidrofilia superior, sendo o elastômero com maior tolerância à umidade;
  • Alta estabilidade dimensional;
  • Propriedades tixotrópicas que facilitam adaptação ao preparo;
  • Alta fluidez durante o tempo de trabalho.

Limitações

  • Rigidez após presa;
  • Contraindicado em áreas muito retentivas;
  • Risco de deformação ou ruptura;
  • Conforto reduzido para alguns pacientes devido à rigidez.

Diferente do Silicone por Adição que possui uma tecnologia para tornar o material hidrofílico, o Poliéter possui essa propriedade naturalmente.

Diante disso, a hidrofilia do Poliéter é acentuada, característica essencial para procedimentos de alta complexidade.

Moldagem de implantes com poliéter

Em pacientes com implantes, onde o controle de sulco deve ser maior, sua propriedade hidrofílica é uma aliada do profissional.

Devido a sua alta estabilidade, ele permite que o dentista consiga fazer a transferência dos componentes protéticos deixando-os na posição adequada em segurança, sem correr o risco de sair do lugar.

Marcas de poliéter

Dentre as marcas disponíveis no mercado, destaca-se o Impregum da 3M/Solventum, por apresentar alta precisão, excelente estabilidade dimensional e variedade de viscosidade (soft, média e pesada).

Tubo de cera 3M ESPE Impregum Soft para moldagem odontológica, com elementos aplicadores de cor vermelha e azul, preparado para uso em procedimentos odontológicos.

Silicone de adição ou Poliéter: qual escolher?

Para conseguir um resultado satisfatório na sua moldagem, é importante escolher um material eficiente.

Hoje em dia, existem muitas opções no mercado, por isso, analise criteriosamente o que melhor atenda as suas necessidades.

Silicone de Adição e Poliéter principais diferenças

Ao escolher o material de moldagem, o dentista deve considerar os seguintes fatores:

  • Geometria do preparo;
  • Profundidade gengival;
  • Controle de umidade;
  • Conforto do paciente;
  • Tempo de trabalho;
  • Custo clínico.

Para facilitar a escolha, seguem os principais pontos que o profissional deve avaliar ao escolher um elastômero:

Estabilidade dimensional

Ambos apresentam mínima contração e excelente estabilidade.

Reprodução de detalhes

  • Silicone de adição: extremamente preciso em áreas secas e controladas;
  • Poliéter: precisão superior em ambientes úmidos ou margens subgengivais profundas.

Rigidez após presa

A moldagem com poliéter é rígida, podendo causar desconforto na remoção.

Facilidade de remoção

  • Silicone de adição: fácil remoção, mesmo em áreas retentivas.
  • Poliéter: exige cautela clínica devido à rigidez.

Tempo de Vazamento

Ambos apresentam flexibilidade de até 7 dias, podendo ser maior de acordo com a formulação de cada fabricante.

Custo-benefício

Varia conforme fabricante, mas no geral:

  • Silicone de adição: custo moderado;
  • Poliéter: custo elevado.

Para facilitar a compreensão, segue tabela comparativa:

Tabela comparativa entre silicone de adição (PVS) e poliéter, destacando suas características, vantagens e desvantagens para aplicações em próteses e moldagens odontológicas.

Ponto de atenção: analise o perfil gengival antes de realizar a moldagem!

Independente do material que você escolher, é importante ressaltar que o afastamento gengival deve ser feito. Isso porque, é necessário analisar o perfil gengival do paciente para identificar qual técnica será utilizada.

Normalmente, o afastamento é feito utilizando fio retrator. Em alguns casos, é necessário anestesiar o paciente para realizar o procedimento, o que pode ser estressante para o mesmo, além de requerer maior tempo clínico.

Existe no mercado uma pasta adstringente de afastamento gengival, que permite um procedimento seguro e com mais conforto para ambas as partes.

Em resumo, os dois materiais atendem às diversas necessidades do profissional, sendo de suma importância investir em um material que permita um procedimento seguro, com otimização do tempo clínico e conforto para o paciente.

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Conclusão

Ao escolher um material de moldagem na Odontologia, é fundamental avaliar as características do caso clínico e as propriedades físico-químicas de cada produto.

Prefira os que tenham grande estabilidade dimensional e reprodução dos detalhes com precisão, para que o protético consiga confeccionar uma peça fiel.

Outro fator importante é que o material seja hidrofílico, visto que a cavidade oral é um ambiente úmido.

Com isso, será possível garantir a adaptação adequada da peça protética e promover a longevidade do caso clínico.

Conforme citado no texto, os dois materiais possuem diversas vantagens e peculiaridades em seus usos, cabendo ao dentista escolher o material ideal para cada situação clínica.

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Comentários

1 comentário
  1. Uso a técnica de moldagem com casquete para coroas e próteses parciais fixas, com a utilização de impregum ( polyether ), tem algum adesivo que posso usar no lugar do adesivo original, já que a 3M não o fabrica mais.
    Agradeço pela informação

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