Alimentação no período de lactação, o que indicar?

Além do médico-pediatra e a nutricionista que orientam as mamães em relação á introdução dos alimentos sólidos no período de lactação e ações para o bom desenvolvimento da criança. O odontopediatra também se preocupa com a dieta dos bebês e das crianças! Nesse artigo, vou compartilhar dicas de como você pode orientar as mamães nesse processo.

O período de lactação influencia diretamente na saúde bucal e do corpo da criança

Logo quando pensamos em dieta, criança e alimentação vem a questão em que o Odontopediatra mais observa no consultório: a cárie na primeira infância! Mas, existem outros problemas em que a dieta repercute diretamente na saúde bucal. Um exemplo claro são as erosões dentárias que podem estar associadas à alimentação mais ácida e até anorexia.

Dietas ricas em carboidratos fermentáveis e, principalmente os “pegajosos” e “pastosos”, influenciam não apenas na “doença cárie” como também em todo desenvolvimento estomatognático. Ou seja, influencia no crescimento dos ossos do crânio, musculatura, articulações, respiração, fonação e equilibro funcional. Todo crescimento acontece por estímulos, e um dos principais estímulos positivos são os alimentos mais sólidos e fibrosos. Esses alimentos trabalham como uma “fisioterapia” para o crescimento facial da criança.

É cientificamente comprovado que prejuízos em crescimento e função podem acontecer quando não há uma alimentação equilibrada e sólida

Ouvimos com frequência: “-Doutora, meu filho não se alimenta bem, não experimenta novas opções de comidas! Então, eu tenho que oferecer o que ele gosta de comer, se não ele não come”!

Os hábitos são desenvolvidos com atitudes corretas!

Não pensem que a criança vai “sofrer” se a mãe não colocar açúcar em sua mamadeira desde pequeno, pelo contrário! Enquanto ele não provar o açúcar, ele não irá conhecer. Portanto, não irá sentir falta!

Novos hábitos alimentares são adquiridos com o tempo! Sempre orientamos os pais a não desistirem na “primeira recusa alimentar” da criança! Experimente mudar o método de preparo, de apresentação, e evite deixar em livre acesso a criança balas, doces, chocolates.

Doces e guloseimas devem ser consumidos em horários estratégicos, sempre depois da refeição principal como uma sobremesa, e não devem estar a livre demanda durante o dia para a criança. Isso se chama “consumo inteligente de açúcar”. Não podemos esquecer que “criança é criança” e privá-los de tudo também não é saudável.

Portanto, é importante incentivar o equilíbrio alimentar!

Sabemos que a doença cárie é formada pelo desequilíbrio entre a alimentação e a higienização, sendo conhecida como “BIOFILME -açúcar- DEPENDENTE”. Orientamos aos pais que supervisionem a escovação dental de seus filhos, utilizando creme dental fluoretado para que possamos manter um equilíbrio da microbiota bucal.

Com o objetivo de orientar os pais quanto a dieta na primeira infância, o Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria desenvolveram dez passos para promover a saúde geral e bucal de crianças.

Dez coisas que você precisa indicar para as mães no período de lactação:

  1. Se possível, dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos;
  2. A partir dos 6 meses, introduzir de maneira lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos ou mais;
  3. Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada;
  4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem a rigidez de horários, respeitando sempre a vontade da criança;
  5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher. Começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar ao ponto da alimentação da família;
  6. Oferecer à criança diferentes alimentos no decorrer do dia. Uma alimentação variada é também uma alimentação colorida;
  7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;
  8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;
  9. Cuidar da higiene no preparo e no manuseio dos alimentos e garantir o armazenamento e a conservação adequados;
  10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo suas refeições habituais e os alimentos preferidos, respeitando sua aceitação. (Ministério da Saúde)

Portanto: equilibrar os hábitos nos primeiros anos de vida é muito importante para a saúde física, bucal e mental das crianças!

 

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