Biópsia na clínica odontológica: o que você precisa saber

Ao realizar o exame clínico do paciente, você se depara com uma lesão. Se sente confiante para realizar o procedimento cirúrgico e tem um bom conhecimento na área de estomatologia. Parabéns! Vá em frente! Mas caso não seja seu perfil, sem problemas. Este artigo também é para você. Hoje falaremos sobre as indicações para a realização de uma biópsia. É de extrem importância saber como funciona esse processo e quais são as orintações e encaminhaentos que surgem a partir de então.

Afinal, o que é biópsia?

É considerado uma biópsia toda retirada de fragmento de tecido (grande ou pequeno), que posteriormente será analisado em laboratório. Sua principal função é o esclarecimento da causa de uma patologia ou mesmo o estágio de desenvolvimento de uma doença já conhecida.

Quando o dentista deve indicar uma biópsia?

A biópsia deve ser indicada sempre que houver alguma alteração no tecido mole ou duro por mais de duas semanas. Essa alteração normalmente não possui causa aparente, que não regride e o exame clínico associado a exames complementares não permitem o fechamento do diagnóstico.

Quem pode ser submetido a biópsia?

Mais do que avaliar as condições cirúrgicas, o dentista deve verificar as condições sistêmicas do paciente.

Um pequeno ato cirúrgico pode se tornar um grande problema em pessoas com metabolismo descompensado. Como profissional, o dentista deve pensar na possibilidade de alergias, condições psicológicas e até mesmo limitações físicas, como a obesidade mórbida. A partir da avaliação, todos os pacientes que não possuirem restrições poderão passar pelo procedimento, de crianças a idosos.

Como se dá a preparação?

Independente da área em que será realizada a cirurgia, ocorrerá um leve desconforto após o término do efeito do anestésico. Portanto, é importante manter seu paciente ciente de tudo antes do iniciar o processo. Ele deve saber as possíveis intercorrências durante e após finalização do procedimento. Além disso, lembre que todas as orientações devem ser dadas por escrito, assim como as possíveis prescrições.

Se o seu paciente tiver algum tipo de comprometimento sistêmico, é importante ficar atento aos protocolos indicados para cada tipo de paciente quando submetido a cirurgia. O momento é estressante e é nosso dever mantê-lo tranquilo e acolhido.

Existem diferentes tipos de biópsias?

Existem sim diferentes tipos, mas hoje falaremos das mais comumente realizadas pelo clínico geral: as biópsias incisionais e excisionais. Para escolher a biópsia mais adequada, o dentista deve avaliar principalmente o tamanho da lesão e o acesso cirúrgico a ela. Além disso, deve-se analisar a hipótese diagnóstica e as condições clínicas do paciente.

Na biópsia excisional, ocorre a remoção de toda lesão uma vez que foi excluída a possibilidade de uma doença maligna ou lesão com comportamento agressivo.

Caso a lesão se enquadre nestas duas últimas hipóteses, o dentista deve realizar a biópsia do tipo incisional. Nesse caso, é removido apenas um fragmento da lesão. Mas atenção! Caso sejam necessários exames complementares para fechar a hipótese diagnóstica, não deixe de verificá-los antes do procedimento.

Qual protocolo seguir?

Depois de realizar a anamnese, exame clínico e o paciente ser classificado como apto a realizar a cirurgia, o dentista deve seguir os seguintes passos:

1- Anestesiar o local

O anestesia deve ser aplicada à distância do sítio a ser biopsiado. Caso contrário, o anestésico pode dificultar a observação da real dimensão da peça a ser retirada ou até mesmo alterar as características microscópicas do tecido.

2- Remoção do fragmentos

Comumente se utiliza bisturi com lâmina n° 15 e, com ele, é feita uma incisão em formato de cunha. Tanto o formato da incisão quanto a profundidade dependerão da hipótese diagnóstica pensada pelo dentista. Após a remoção da peça, realize sutura e verifique se ocorreu hemostasia adequada.

3- Acondicionamento da peça cirúrgica

Todo o fragmento retirado deve ser acondicionado em um frasco de boca larga e tampa de rosca com solução fixadora formol a 10%, além disso, o volume utilizado deve ser de aproximadamente 20 vezes o volume da peça. O frasco deve ser identificado com as informações nome e idade do paciente, data da realização do procedimento e local da biópsia. Também deve estar acompanhado de formulário de solicitação de análise histopatológica e história clínica, que pode ser feita de próprio punho ou com modelo pronto, que é disponibilizado pelos laboratórios.

4- Entregar instruções pós operatórias ao paciente

Após a finalização do procedimento, o profissional deve explicar os cuidados pós-operatórios e entregar uma cópia por escrito para o paciente. Dessa forma, ele não precisa memorizar o que foi explicado e poderá realizar os procedimentos sem dúvidas.

5- Entrega do laudo

Com o resultado do laudo em mãos, o dentista está apto a informar ao paciente sobre a sua patologia e quais as possibilidades terapêuticas.

Autora:

Júlia Honorato (@dra.julia.honorato)
Estomatologista, mestre em Patologia Oral e Doutora em Ciências da Saúde.
Atualização em Odontologia hospitalar e Habilitação em Laserterapia.

 

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