Os cimentos resinosos na Odontologia são indicados para cimentação de restaurações indiretas, apresentando diversos benefícios em comparação aos demais cimentos, como por exemplo a resistência mecânica, variedade de cores e diferentes opacidades, oferecendo longevidade aos procedimentos e excelentes resultados estéticos.
Além disso, possui adesão ao esmalte, dentina e aos biomateriais utilizados em procedimentos restauradores indiretos, como metal, resina, cerâmica odontológica e pinos de fibra de vidro.
Neste artigo, vamos abordar a classificação dos cimentos resinosos, características, vantagens, desvantagens e indicações clínicas.
Cimento resinoso na Odontologia
O cimento resinoso é um biomaterial à base de resina composta, apresentando excelente adesão às estruturas dentárias e materiais restauradores indiretos.
Apresenta grande versatilidade, devido à resistência mecânica, estabilidade dimensional e compatibilidade com diferentes substratos, além de apresentar excelentes resultados estéticos.
Principais aplicações do cimento resinoso
- Coroas;
- Facetas;
- Laminados;
- Inlays;
- Onlays;
- Retentores radiculares;
- Dispositivos ortodônticos.
Os cimentos resinosos possuem uma ampla variedade de tipos, cores e opacidades, permitindo ao dentista escolher o material ideal para cada tipo de peça que será cimentada no elemento dental.
Vantagens e desvantagens da utilização dos cimentos resinosos
Vantagens:
- Alta resistência mecânica;
- Vedamento marginal;
- Compatibilidade com diferentes materiais restauradores indiretos;
- Estabilidade de cor;
- Excelentes características ópticas.
Desvantagens
- Sensibilidade técnica durante a aplicação;
- Custo mais elevado comparado aos cimentos convencionais.
A escolha do cimento ideal para cada caso clínico é um processo que requer a consideração de vários fatores, incluindo o tipo de restauração, a localização do elemento dental (anterior ou posterior) e as características específicas do material restaurador.
Para selecionar o produto adequado para cada caso clínico, é fundamental compreender suas propriedades e tipos de cimento disponíveis no mercado odontológico.
Características dos cimentos resinosos
O cimento resinoso é amplamente utilizado em diversas situações clínicas devido às suas propriedades adesivas, estéticas e mecânicas.
Apresentam em sua composição monômeros como bis-GMA, UDMA e TEGDMA, polimerizando por meio de ativação química, fotopolimerização ou polimerização dual.
Compreender as propriedades permite utilizá-los de maneira mais segura e eficaz.
Principais características físico-químicas:
- Biocompatibilidade: biocompatível com os tecidos dentários:
- Adesão à diferentes substratos: versatilidade do material;
- Resistência à compressão e tração: capacidade de suportar as cargas mastigatórias;
- Estabilidade dimensional: mantém suas propriedades, sem expansão excessiva;
- Baixa solubilidade: não se dissolvem facilmente na presença da saliva;
- Tixotropia: característica relacionada à viscosidade, permitindo um escoamento controlado;
- Contração de polimerização: diminuição do volume do material durante a polimerização, quando os monômeros se transformam em polímeros.
A contração de polimerização, quando não controlada, pode impactar negativamente no resultado final da restauração indireta, resultando em gaps marginais, que podem causar sensibilidade pós-operatória, infiltração marginal e perda de adesão ao substrato.
Para minimizar essa característica, é importante o dentista escolher o tipo de cimento mais indicado para cada caso clínico, que pode apresentar cura química, foto ou dual, respeitando o tempo de espera ideal entre a inserção e a polimerização, para permitir melhor escoamento do excesso de material e a reação química ocorrer em uma espessura adequada do cimento.
Tipos e classificações de cimento resinoso
Existem diversos tipos de cimentos no mercado, cada um com características específicas que os tornam adequados para diferentes indicações clínicas, sendo classificados em três categorias: autopolimerizável, fotopolimerizável e dual.
Cada biomaterial possui propriedades distintas que influenciam na escolha do produto ideal para cada caso clínico.
A escolha depende de fatores como espessura da restauração, translucidez do material restaurador e acesso à luz no campo operatório/remanescente dental.
Cimento Resinoso Autopolimerizável
É também chamado de cimento resinoso quimicamente ativado.
- Polimerização: química, por meio da mistura de dois componentes;
- Indicações: indicado para restaurações onde a luz não consegue penetrar adequadamente na peça protética/preparo;
- Exemplos de peças protéticas: pinos intrarraduculares e peças confeccionadas com materiais opacos;
- Espessura média da restauração: 2,5mm;
- Vantagens: não depende da luz;
- Desvantagens: menor controle sobre o tempo de presa. Geralmente menos estético.
2. Cimento Resinoso Fotopolimerizável
- Polimerização: ativada exclusivamente pela luz, utilizando o fotopolimerizador odontológico.
- Indicações: indicado para peças finas e translúcidas, como facetas e lentes de contato dentais;
- Exemplo de peças protéticas: facetas, lentes de contato e materiais restauradores translúcidos;
- Espessura média da restauração: 1,0 mm;
- Vantagens: variedade de cores e translucidez, tempo de trabalho e maior controle da polimerização;
- Desvantagens: menor profundidade de cura, risco de polimerização incompleta em áreas profundas ou espessas e maior susceptibilidade à contração de polimerização.
3. Cimento Resinoso Dual
Essa categoria apresenta as duas características: é fotopolimerizável e quimicamente ativado.
- Polimerização: A polimerização inicial ocorre por meio da presença de luz e a polimerização final ocorre por meio de reação química;
- Indicações: versátil, tendo as mesmas indicações do autopolimerízavel e fotopolimerizável (materiais restauradores opacos e translúcidos);
- Exemplo de peças protéticas: coroas, pinos, onlays, inlays e facetas;
- Espessura média da restauração: 2,0 mm;
- Vantagens: combina os benefícios dos outros dois tipos de cimento, promovendo a cura do material mesmo em áreas de difícil acesso à luz;
- Desvantagens: risco de espessura inadequado se não manipulado corretamente.
Em relação à técnica de cimentação, o material pode ser classificado como cimento resinoso convencional e cimento resinoso autoadesivo.
A aplicação dos cimentos resinosos convencionais apresenta as seguintes etapas: condicionamento ácido de esmalte e dentina, aplicação de adesivo e fotoativação.
Já os cimentos resinosos autoadesivos simplificam o processo ao eliminar a necessidade de condicionamento ácido em dentina e a aplicação de adesivo.
A localização do elemento dental também influencia na escolha do produto. Em dentes anteriores, onde a estética é uma prioridade, é importante optar por um cimento que apresente variedade de cor e translucidez, proporcionando um resultado semelhante ao dente natural.
Para o sucesso do procedimento, além da escolha correta do tipo de cimento é fundamental o dentista seguir as orientações do fabricante, realizar o preparo da peça, condicionamento do material restaurador (se necessário), limpeza do preparo dental, secagem adequada do tecido dental, aplicar uma pressão constante para garantir a adaptação perfeita da prótese e realizar a remoção de excessos de cimento antes da polimerização final, para facilitar a higiene oral e evitar a inflamação gengival.
A seleção adequada dos cimento, de acordo com as características do caso clínico e do material restaurador, é fundamental para o dentista realizar uma cimentação segura e esteticamente satisfatória, garantindo a longevidade da restauração indireta.
Além disso, é importante agendar consultas de acompanhamento, para monitorar a adaptação e a integridade da restauração ao longo do tempo.
Considerações
O cimento resinoso tem se consolidado como um material de excelência devido às suas propriedades adesivas, estéticas e resistência mecânica.
Ao escolher o produto ideal para cada caso clínico, é fundamental considerar o material da restauração indireta, a localização do elemento dental e as características/propriedades do cimento.
Além desses fatores, é fundamental realizar consultas de acompanhamento garantir a longevidade das restaurações.
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