Colagem de tubos em molares, perca o medo dessa tarefa simples!

Na minha pós-graduação, nunca fui orientado ou incentivado a realizar a colagem de tubos em molares, e sim, fazer uma banda com tubo soldado. Talvez eu não tenha sido o único a passar por isso.

Hoje em dia eu me pergunto: por quê?

Como todos sabemos, incluir os molares na mecânica ortodôntica é fundamental e necessário. Os segundos molares, para muitos, apenas em situações específicas. Será que não o fazem por receio e dificuldade operacional ou preguiça mesmo? No caso de fazer bandas, mais complicado ainda! Visto que há necessidade do paciente ir dias antes da consulta para colocar os separadores. Ao final do tratamento, pergunte para qualquer paciente o que foi mais incômodo durante o tratamento. Sem dúvidas, dirão que foram os separadores.

Mas ai volta aquela pergunta: por que eu nunca fui orientado ou incentivado a colar um tubo no molar e sim, a fazer uma banda com tubo soldado? Hoje, depois de quase 10 anos de ortodontia, muita casuística e iniciando a docência, sei a resposta: para dificultar minha vida!

Vamos aos fatos para que vocês tirem suas próprias conclusões

Tanto um quanto o outro exercem o mesmo papel e função, certo?! Certo. É fundamental e necessário aprender a bandar um dente, deixar a banda bem ajustada, soldar o tubo na posição correta e depois todo protocolo de cimentação, certo?! Certo.

Há casos onde sua única opção será fazer bandas, como nas situações de soldagem de aparelhos como BTP/Hyrax. E isso vou exigir e ensinar aos meus alunos, com certeza. Mas também posso ensinar uma alternativa melhor, certo?! Certo!

Dos 14 dentes de um arco, se contarmos os segundos molares, em 10 nós temos que fazer todo um protocolo de colagem, que inclui o condicionamento ácido, lavagem, secagem e posicionamento das peças. Dessa forma, não é mais fácil nessa mesma sessão e sequência aproveitar e colar os tubos? “Ah, eu não gosto de colar tubos, eles caem com muita facilidade’’. É inegável que se trata de uma região de alta concentração e carga mastigatória, mas esse não seria o argumento mais convincente. A maior concentração de força mastigatória estão nos pré-molares, então você que reclama que os tubos descolam com facilidade, acontece o mesmo nestes dentes?

Identificar e revisar seu protocolo de colagem é fundamental

Vou te dar uma dica para que você nunca mais tenha problemas na colagem dos seus tubos em molares.

Após o condicionamento ácido, lavagem e secagem, confira se a área está bem seca e “branquinha”. Se não estiver, cuidado! Isso quer dizer que o condicionamento acido não foi efetivo, provavelmente pela presença de biofilme/placa. Nesse caso, realize a profilaxia local e refaça o condicionamento (costumo aplicar 60 segundos em toda face).

Ao colar a peça (sugiro o uso da resina com carga ao invés da ortodôntica), aqui começa o pulo do gato. Quando aperto, pego um microbrush com adesivo e espalho esse excesso em volta do tubo (por isso condicionar uma área maior), jogando o produto para cima da margem. Completo com uma resina flow de carga sobre a base. Por fim, realizo a polimerização.

Não é muito mais fácil?

Esse protocolo e essa opção vale pra qualquer tipo de tubo de colagem (simples/duplo/triplo). Dessa forma, você terá mais controle da movimentação de molares, o tratamento se torna muito mais “clean”. E, mais importante: seu paciente terá poucos motivos para se queixar de dor com você.

Confira mais artigos sobre o assunto AQUI.

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