A perda do elemento dental apresenta impactos negativos na oclusão, mastigação, fonação e estética.
Dentre as alternativas de reabilitação oral, o implante dentário é indicado para reestabelecer a função do sistema estomatognático, devido à resistência mecânica e distribuição da carga mastigatória semelhante ao dente natural.
Para promover o sucesso do tratamento odontológico, além do conhecimento sobre anatomia e domínio da técnica cirúrgica, é fundamental saber a classificação dos implantes dentários, marcas comerciais e indicações clínicas.
Cada sistema apresenta características próprias que impactam na estabilidade primária, osseointegração e na longevidade do implante.
Neste artigo, vamos abordar os tipos de implantes dentários, componentes protéticos e os critérios que devem orientar a escolha do tamanho e do modelo mais adequado para cada caso clínico.
Tipos de implantes dentários
A escolha do implante dentário envolve uma avaliação criteriosa, incluindo a condição óssea, as necessidades funcionais, estéticas e a a saúde sistêmica do paciente.
Quais são os tipos de implante dentário?
Os implantes são classificados por diferentes características e cada tipo possui uma indicação específica, de acordo com as características do caso clínico.
Principais critérios de classificação dos implantes dentários
I. Tipo de conexão
Um dos conceitos utilizados para diferenciar os implantes é o tipo de conexão entre o implante dental e o componente protético:
- Hexágono Externo: conexão com um formato hexagonal padrão. Foi dos primeiros modelos desenvolvidos. Apresenta facilidade de manipulação, mas pode estar mais sujeito à micromovimentos e afrouxamento de parafusos;
- Hexágono Interno: conexão hexagonal interna. Apresenta melhor estabilidade protética, distribuindo melhor as forças mastigatórias e reduzindo complicações mecânicas;
- Cone Morse: conexão cônica. Apresenta diferentes angulações, de acordo com cada fabricante. Considerado o padrão ouro em termos de vedamento e estabilidade. Proporciona excelente selamento e resistência à afrouxamentos.
II. Forma do implante dentário
A geometria do implante influencia a forma como o mesmo interage com o tecido ósseo:
- Implante dentário cilíndrico: indicado para ossos de boa qualidade e densidade, promovem boa estabilidade primária.
- Implante dentário cônicos: indicado para regiões com menor densidade óssea, como a maxila posterior.
III. Tratamento de superfície
A superfície do implante é fundamental para o processo de osseointegração:
- Usinada (lisa): modelos antigos, com menor rugosidade. Atualmente pouco utilizados devido à osseointegração mais lenta.
- Tratada (jateada, atacada com ácido, anodizada, etc.): apresentam maior rugosidade, favorecendo a adesão celular e acelerando a integração óssea.
IV. Medidas do implante
- Regular;
- Curto;
- Longo;
- Estreito;
- Largo.
V. Material do implante
- Titânio;
- Zircônia;
- Titânio – Zircônia.
VI. Indicação clínica/Técnica cirúrgica
- Implantes dentários endosteais;
- Implantes dentários subperiosteais;
- Implantes zigomáticos;
- Mini-implantes;
- Implante pterigoide;
- Implante com carga imediata;
- Implante com carga tardia.
VII. Tempo de cicatrização
- Curto (30 dias);
- Médio (3 a 4 meses);
- Longo (6 meses).
O planejamento digital e o uso de exames de imagem 3D, como a tomografia computadorizada, são ferramentas indispensáveis para definir o implante ideal com precisão.
Tipos de componentes protéticos
Os componentes protéticos, também chamados de componentes para implantes, são dispositivos utilizados como elemento de ligação entre o implante e a peça protética.
Os principais componentes protéticos para implantes são:
- Pilar protético: conecta o implante à prótese, podendo ser pré-fabricado ou personalizado;
- Pilar provisório: indicado para confeccionar próteses provisórias, enquanto o implante está em processo de osseointegração.
- Análogo: componente que simula o formato do implante para confecção da prótese dentária;
- Cicatrizador: utilizado durante a fase de cicatrização para moldar o tecido gengival e preparar o local para receber a prótese;
- Parafuso de cobertura: utilizado em protocolos cirúrgicos de duas fases, protegendo o implante até a instalação do cicatrizador ou pilar.
- Componentes protéticos especiais: como intermediários angulados, que possibilitam correções em casos de implantes inclinados;
- Componentes auxiliares: utilizados em diferentes fases, como parte do processo de reabilitação oral, usado em conjunto com os demais componentes citados, como por exemplo os transferentes.
É importante lembrar que para decidir qual tipo de implantes e componentes, é fundamental o dentista avaliar a densidade óssea, sendo que a maxila apresenta o tecido ósseo menos denso e e mandíbula apresenta um tecido ósseo compacto.
Como definir o tamanho de implantes dentários
A escolha do comprimento e do diâmetro do implante deve considerar os seguintes fatores:
- Densidade óssea;
- Altura óssea;
- Proximidade com estruturas anatômicas;
- Carga oclusal;
- Estética.
Escolher o tamanho dos implantes que você vai utilizar é uma tarefa que demanda algumas considerações.
Os fatores preponderantes que servem de base de cálculo para escolher o melhor comprimento e a melhor largura possível, será a oferta de osso e a região em que esta reabilitação será feita. Para isso, tenha sempre em mãos todos os exames pré-operatórios, principalmente, uma tomografia computadorizada.
Na grande maioria dos casos que eu realizo, a tomografia já vem com as medidas de altura e largura indicadas na região que será operada. Gosto de verificar todos os cortes e prestar atenção também no corte anterior e no posterior da região desdentada.
Tome cuidado com estruturas anatômicas como nervo alveolar inferior, forame mentual, seio maxilar, espinha nasal e fóvea mandibular.
👉 Uma dica: faça suas próprias medições e não confie cegamente nas medidas padrões pré-realizadas.
O que é importante medir para definir o tamanho dos implantes dentários?
Logo após o exame ósseo, vale a pena também medir com uma sonda ou especímetro o espaço interdental diretamente em boca para você poder ter uma melhor noção da largura, assim você sabe quanto osso tem ali para trabalhar, quais as regiões envolvidas e tem uma ideia do tipo de osso.
Neste momento você vai recorrer a tabela de medidas do fabricante de implantes dentários de sua preferência. Eu primeiro acabo escolhendo qual plataforma vou utilizar, dependendo do espaço disponível e do dente que estou reabilitando.
Escolhemos, no geral, entre as opções NP (Narrow platform – plataforma estreita), RP (regular platform – plataforma regular) ou WP (wide platform – plataforma larga). As medidas exatas podem variar de marca para marca, porém seguem um padrão próximo de NP = 3,5 mm de diâmetro, RP = 4.1 ou 4.3 mm de diâmetro e WP = 5 mm de diâmetro.
Considere também, que com o uso mais frequente dos implantes do tipo cone morse, o comprimento vai sendo diminuído.
Porque, como praxe, ele deve ser instalado cerca de 1,5 mm ou mais abaixo da crista óssea. Então, o tipo de conexão também influencia na nossa escolha. Tenha isso em mente.
Em um passado recente, a escolha do comprimento do implante era mais ou menos pensando no maior possível, respeitando a quantidade de osso e estando seguramente não muito perto de estruturas anatômicas nobres, supracitadas.
Atualmente, iremos variar muito entre as medidas de 13 mm, 11,5 mm ou 10 mm e utilizar implantes curtos de 8 ou 7 mm em regiões de pouca altura óssea.
Se possível podemos compensar a baixa altura com uma largura maior, aumentando a superfície de contato microscópica de osseointegração, pensando nos tratamentos de superfície dos implantes disponíveis atualmente.
Na outra perspectiva, também podemos pensar: se for usar um implante ultra curto (3.0 mm, por exemplo), compense no comprimento, caso seja possível, e selecione um mais longo.
Gostaríamos de sempre poder instalar implantes de tamanho padrão (4.3 x 10 mm ou 4.3 x 11,5 mm). Entretanto, sabemos que na vida real, a maxila e a mandíbula com regiões desdentadas quase nunca trazem condições ideais, daquelas de livro.
Nem sempre as reabilitações são feitas logo após as exodontias. Muitas vezes, os pacientes acabam por decidir pelos implantes anos depois de perderem seus dentes.
Além disso, alguns fabricantes de implante fornecem uma “régua de tamanhos de implantes” em folha transparente. Basta colocar essas réplicas sobre os exames de radiografia ou tomografia para tirar eventuais dúvidas.
Obviamente, que hoje em dia, cada vez mais, também podemos usar os meios digitais para determinar o tamanho ideal de implantes. Com um bom programa de computador, é possível vasculhar toda tomografia do seu paciente.
Além disso, é possível colocar e tirar implantes virtualmente, girar, olhar de todos os ângulos e testar o que fica melhor.
Dessa forma, isso vai diminuir muito as chances de erro e vai te dar uma visão do planejamento que no fim das contas, torna nossas cirurgias bem mais eficazes e seguras.
Conheça os implantes da AllPrime Select
Associando conhecimento técnico e pesquisas científicas, desenvolvemos um kit focado na versatilidade epraticidade que caracteriza todo o sistema AllPrime Select.
Com o mesmo kit cirúrgico você pode instalar as linhas cone morse e hexágono externo. Ele possui os instrumentos essenciais para a execução da cirurgia.
Conclusão
Para o sucesso da reabilitação oral, desde o planejamento cirúrgico até a instalação da peça protética, é fundamental que o dentista conheça além de anatomia e técnicas cirúrgicas, os tipos de implantes dentários e indicações de cada implante disponível no mercado odontológico.
Por isso, o profissional deve estar sempre atualizado das tendências e inovações na Implantodontia, para garantir a segurança do paciente e promover a longevidade do implante.
Na Dental Cremer I Henry Schein, você encontra uma linha completa de produtos para Implantodontia, incluindo implantes de marcas que são referência no mercado odontológico até materiais para a confecção da prótese dentária.
Sobre o autor:
Luiz Rodolfo
Cirurgião-dentista;
Especialista em Periodontia e Implantodontia;
Membro da Comissão de Mídias Sociais e Odontologia do CROSP.
Oi. Fiz 3 implantes. Durou um ano o tratamento e nenhum deu certo. Estou convencido que foi por conta do tamanho do pino. Fino e curto. Quais exames posso fazer para determinar o tamanho exato deles?
Olá, José. Obrigada por nos acompanhar! Como é algo muito especifico, o ideal seria verificar com o seu dentista de confiança! 💙