No dia a dia nos deparamos com situações em que pacientes chegam em nosso consultório com o intuito de realizar restaurações em dentes anteriores. Entretanto, os pacientes encontram-se com perda da dimensão vertical de oclusão (DVO) e apresentam desgastes severos na cavidade bucal. Tornando impossível a identificação das guias canina, de protrusão e incisivas.
Restaurações duráveis e confiáveis em pacientes que perderam a função
Deve-se ter em mente que essas restaurações, serão realizadas em um ambiente totalmente desordenado. Não existe mais um espaço funcional, os tecidos de suporte se encontram desestruturados e a musculatura totalmente tensa. A própria estrutura bucal do paciente não tem condições de receber a restauração.
Todavia, devido à ansiedade dos pacientes, acabamos realizando essas restaurações, as quais resultam na falha da resina composta ou cerâmica, que acabam por quebrar facilmente. Com isso, colocamos a culpa em nossos materiais e nos perguntamos se estamos errando no diagnóstico do tratamento, na confecção da restauração de resina composta ou de cerâmica e até mesmo duvidamos se devemos, ou não, elaborar o procedimento em um paciente com desordem crônica e severa.
De que forma reabilitar o paciente, a fim de ter longevidade das restaurações?
Quando o paciente está em total desordem e apresenta perda da estrutura dental sadia, é essencial reabilitá-lo. Portanto, o sistema que está em desordem, deve encontrar a sua harmonia, sua fisiologia. A posição dental alterada, entre a mandíbula e maxila, não é fisiológica, portanto acomete a musculatura e tecidos esqueléticos. Por isso, faz-se necessário dispositivos que levem a mandíbula e musculatura à uma isotonia e fisiologia total da musculatura dos tecidos e suporte.
Por exemplo, é preciso utilizar placas de relaxamento ou toxina botulínica para aliviar os músculos maxilares. Elas serão responsáveis por levar a mandíbula para uma posição mais fisiológica.
Após a realização do tratamento muscular e a garantia de que o sistema se encontra na posição ideal, é fundamental dar início ao planejamento, que tornará possível a recuperação da dimensão vertical de oclusão do seu paciente.
Qual material devo utilizar na recuperação da dimensão vertical de oclusão?
Sem dúvidas, o melhor material para iniciar o tratamento é a resina composta, que apresenta um módulo de elasticidade muito interessante e tem a capacidade de absorver as forças, sem transmiti-las aos tecidos de suporte. Portanto, as guias que foram projetadas a partir do planejamento, digital ou analógico, são utilizadas na elaboração de restaurações diretas ou indiretas, mais precisas.
Ou seja, desde que seja feito um planejamento reverso, é possível aumentar ou recuperar a dimensão vertical de oclusão dos seus pacientes de forma perfeita e precisa. Basta seguir os passos:
- Tratamento do sistema estomatognático e muscular.
- Planejamento digital ou analógico
- Confecção das placas guias com resina composta
Dessa forma, com a recuperação da dimensão vertical de oclusão concluída, você pode decidir o momento para substituir as restaurações de resina composta, de acordo com a vontade do seu paciente, de forma objetiva e tranquila.
Sobre o especialista
O Dr. Ricardo Annibelli é graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e possui especialização em Dentística pelo Associação Brasileira de Odontologia – Seção do Paraná. Além disso, é mestre em Prótese Dentária e possui uma vasta experiência na área de Odontologia, com ênfase em Dentística.
Comentários
Nenhum comentário