Laminados Cerâmicos
Muitos laboratórios associam bons resultados em casos de facetas em dissilicato de lítio exclusivamente ao trabalho do ceramista (sua anatomia, maquiagem ou percepção). Contudo, ainda que isso seja de extrema importância, para um resultado de excelência é preciso haver um cuidado com todas as etapas do processo.
Nessa perspectiva, a escolha dos produtos a serem utilizados, desde a entrada do trabalho no laboratório até sua finalização, podem garantir o sucesso (ou fracasso) do mesmo.
Pensando nisso, quero destacar a necessidade do uso de alguns itens de extrema importância para que haja qualidade e previsibilidade no trabalho, por exemplo, um ótimo sistema de troquelização, gesso de excelência e um bom revestimento para inclusão das peças no anel.
No caso apresentado de confecção de prótese fixa com laminados cerâmicos, utilizamos o sistema de troquelização Auto spin, da Renfert e os modelos foram vazados com o gesso Number One, da Dentona. Já para a inclusão, fizemos uso do revestimento Gilvest HS da marca Bradent. Veremos que a utilização desses produtos, seguindo todas as recomendações dos fabricantes, garantem um resultado fantástico na produção.
Além disso, mostrarei um passo a passo bem didático, por meio da descrição de um caso clínico, a fim de comprovar como a confecção de facetas em Dissilicato de Lítio pode ser mais simples e eficaz, sem necessidade de repetições ou falhas.
Sequência da confecção de facetas em Dissilicato de Lítio
Analisaremos agora o passo a passo que utilizamos para a confecção, com sucesso, de um caso de sete facetas em dissilicato de lítio e uma coroa sobre implante.
1 – Recolher todos os dados fornecidos pelo dentista
Não negligencie essa etapa, saber todas as informações pode evitar muita dor de cabeça, transtornos ou prejuízos. Por isso, gaste um período dialogando com seu parceiro cirurgião- dentista, isso lhe economizará tempo futuro.
Nessa fase devemos reunir:
- O modelo do planejamento com forma, volume e comprimento aprovados pelo paciente;
- Fotografias de seleção de cor;
- Fotos dos preparos com escala de cor;
- Moldes / Modelos + Registro de mordida.
2 – Entrada no sistema
Saber quando o trabalho entrou e quando precisa sair faz com que sua agenda seja bem organizada, além de evitar perda de clientes por negligência quanto ao prazo. Já ouviu aquele jargão de que todo laboratório é enrolado? Quebre esse ciclo e tenha certeza de que isso lhe renderá muitos clientes.
3 – Preparação dos modelos
Troquel + Modelo rígido
Materiais:
Uma coisa que aprendemos aqui no laboratório é valorizar o setor de gesso, ele é fundamental para o sucesso do caso. Nessa etapa, utilizar materiais adequados para cada trabalho pode garantir um modelo mais preciso e sem distorções, evitando repetições.
Esse sistema nos garante, além de modelos com estética agradável, maior precisão. É um método que assegura maior vedamento entre modelo e placa, o que evita distorções. Além disso, é menos maleável, impedindo que um troquél empurre seu adjacente e tenhamos a ilusão de que está com os pontos de contato bem ajustados.
Ou seja, fazer ajuste de ponto de contato com um modelo Auto Spin da Renfert é ter a certeza de um resultado de excelência. Além disso, a troquelização é indispensável para fazer o selamento das facetas e ter um perfil de emergência bem definido.
4 – Confecção de interface de zircônia
Como o paciente não possuía o elemento 31 e seria necessária a confecção de uma coroa sobre implante, optamos por personalizar esse elemento com uma peça de zircônia, simulando um preparo de faceta na vestibular a fim de igualar esse substrato ao substrato dos dentes adjacentes, tanto em coloração quanto em espessura / passagem de luz, evitando possíveis diferenças na cor final, a peça de zircônia recebeu uma fina camada de cerâmica na superfície vestibular para possibilitar a adesão da faceta.
5 – Isolamento do modelo
Comecei o enceramento isolando muito bem o modelo, com cuidado para não criar camadas. (Usei o isolante Picosep)
Esse isolante permite que o enceramento saia do modelo com mais facilidade, utilizar um bom isolante evita o fracasso do trabalho. Quem nunca perdeu um enceramento por não conseguir remover do modelo? Evite isso com o isolante Picosep da Renfert.
6 – Enceramento manual
Nessa etapa utilizei a RESINA PATTERN – GC para criar uma base sobre todo o preparo.
Essa técnica é vantajosa, dentre inúmeros fatores, pois a resina permite:
- Copiar bem o preparo sem possíveis distorções;
- Remoção para acabamento mais fino com brocas a qualquer momento.
Posteriormente, realizei a escultura em cera seguindo o planejamento do caso , utilizei a Cera Geo Classic Menta Opaca – Renfert.
7 – Posicionamento de facetas no anel
Utilizando o Silicone IPS – Ivoclar Vivadent
8 – Inclusão
Utilizando revestimento Gilvest HS – Bradent.
Como utilizar o revestimento Gilvest para obter êxito na prensagem:
- Manipular o produto com proporção de 18 ml do líquido do revestimento + 8 ml de água destilada para cada sachê, conforme recomendação do fabricante;
- Sempre colocar o líquido primeiro e deixar o pó absorver o líquido;
- Espatular a vácuo por 1 minuto;
- Verter o revestimento com o auxílio de um vibrador. Lembre-se de ter delicadeza e atenção nessa etapa para não formar bolhas e tornar todo o processo já efetuado em vão;
- Deixar tomar presa por 45 minutos;
- Colocar no forno de anel a 850°C por 60 minutos para eliminação de cera.
OBSERVAÇÃO: Quanto maior a concentração do líquido de revestimento, maior sua expansão.
9 – Resultado após prensagem e desinclusão
Utilizei a PASTILHA INITIAL LiSi PRESS LT –B0 DA MARCA GC.
10 – Finalização do trabalho
Após a desinclusão, as facetas foram adaptadas no modelo e seladas com a utilização de borrachas siliconadas. Posteriormente, defini as arestas e texturas com pedras e brocas apropriadas. Em seguida, fiz o polimento da peça com DISCO EXA- CERAPOL RENFERT cor cinza e rosa. Finalizei o caso com maquiagem e Glaze.
Confira as imagens das peças finalizadas no modelo:
Esse trabalho foi realizado e documentado no laboratório Maxzircon Oral Studio pelo ceramista Mayke Ribeiro, com supervisão do TPD Darlos Soares, em parceria com a Clínica Oral United – Cirurgião Dentista Bruno Portella de Souza na cidade de Itapema- SC.
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