Cor ideal para resina composta: como escolher?

A realização de uma restauração com a cor correta, de aspecto natural, seja de forma direta ou indireta é um dos maiores desafios para dentistas no dia a dia. Portanto, a reprodução de características ópticas e formas anatômicas apropriadas é uma tarefa trabalhosa.

Ferramentas visuais e alguns artifícios podem ser usados ​​para determinar a cor do dente e da futura restauração direta, permitindo melhor comunicação entre o dentista e o laboratório de prótese quando a restauração for de forma indireta.

As propriedades ópticas da cor

O sucesso estético de restaurações em resina composta tem a influência de alguns fatores. Dentre eles, é possível destacar propriedades ópticas que são classificadas com base nas três dimensões da cor:

  • Matiz (família: A, B, C e D)
  • Croma (saturação/intensidade: 1, 2, 3, 4, 5);
  • Valor (translucidez e opacidade: Uma resina menos opaca tem baixo valor e mais opaca, alto valor)

Outras características do substrato dental e da cor também influenciam na decisão e na restauração final: opalescência, fluorescência, forma, brilho e textura dentária.

Desse modo, para a correta seleção de cor, o conhecimento do material restaurador e o entendimento do substrato dental que será restabelecido, podem ser fatores cruciais na naturalidade da restauração em resina.

Dicas para acertar na hora da escolha da cor

  1. Utilize escalas de cor pré-fabricadas como ferramenta auxiliar

A utilização de escalas de cor pré-fabricadas não são tão precisas para a tomada de cor para restaurações em resina composta. Por isso, indica-se utilizá-las apenas como ferramenta auxiliar.

Porém, caso haja a necessidade de uso da escala, a posição da paleta deve estar no mesmo eixo do dente. A borda incisal da escala deve coincidir com a borda incisal do dente, porque tem menos dentina e a cor costuma ser diferente dos terços médio e cervical. Além disso, o terço incisal possui algumas características anatômicas e óticas que podem interferir na correta seleção de cor, como presença de mamelos e halo radiopaco.

  1. Escolha antes do isolamento absoluto

A escolha da cor deve ser feita antes do procedimento de isolamento absoluto, pois os dentes isolados ficarão desidratados e consequentemente mais claros que os dentes normais. Podendo assim, ocorrer o erro na hora de escolher as cores.

  1. Separe o dente em terços (cervical, médio e incisal)

A seleção de cor é mais bem feita sob luz natural, tanto para restaurações diretas quanto para indiretas.

No processo, a resina selecionada deve ser polimerizada na superfície vestibular do dente em pequenos incrementos, sem a necessidade de aplicação de ácido fosfórico e das etapas de hibridização.

Assim, separa-se o dente em terços (cervical, médio e incisal) para escolher a cor das resinas de diferentes opacidades. E por fim, monta-se o mapa cromático do dente que passará pela restauração.

  1. Hidrate os incrementos e faça o registro

A presença do foto iniciador torna a resina composta mais clara após o processo de fotopolimerização. Portanto, esses incrementos devem ser hidratados para auxílio da tomada de cor.

Fotografe a estratégia, para registro e avaliação correta das cores dos incrementos de resina que serão utilizados. Logo após, deve-se retirar os incrementos, com o auxílio de uma espátula para resina.

  1. Elabore a sua própria escala cromática

O profissional pode utilizar a marca de resina que mais usa no dia a dia para fazer suas próprias escalas de cores, simplificando assim o processo de seleção.

>>> Leia mais: Por que fazer a estratificação em resina? <<<

Confira também a aula do Prof. Nívio Dias sobre “Técnica estratificada de restaurações em resina composta para dentes anteriores”:

Seguindo essas dicas, praticando e entendendo as características do material restaurador e como ele reage no tecido dental, conseguiremos executar restaurações mais próximas da naturalidade.

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