Coroas monolíticas em zircônia: por que apostar nesse material?

A importância das coroas monolíticas em zircônia, realizadas por meio dos sistemas CAD/CAM, vem crescendo nos últimos anos. Isso porque os materiais oferecem ótimo custo-benefício, rapidez na confecção, boa biocompatibilidade e ótimas propriedades ópticas.

Além disso, em tempos de conhecimento difundido e redes sociais, os pacientes têm entendido cada vez mais sobre as novas possibilidades na odontologia estética, escolhendo a zircônia pela sua naturalidade, durabilidade e semelhança com dentes naturais.

Quer saber mais sobre o uso de zircônias para confecção de coroas protéticas? Continue a leitura.

Ao longo do texto vamos abordar as principais características e vantagens do material, além de técnicas para melhorar a adesão e qualidade final dos trabalhos.

A evolução da Zircônia em trabalhos protéticos

As gerações anteriores de zircônia, mesmo tendo boa resistência à fratura em pontes extensas livres de metal, possuíam características desfavoráveis. É o caso da grande opacidade e o alto valor (quantidade de branco), o que limitava seu uso somente em subestruturas recobertas por cerâmicas vítreas.

Em contrapartida, as novas gerações de zircônias translúcidas superam muitos destes problemas encontrados nas gerações anteriores, ocupando um importante espaço na odontologia, principalmente em trabalhos posteriores.

É importante destacar que, em trabalhos maquiados realizados na região anterior, ainda verificamos uma considerável vantagem estética nos materiais vítreos, como em trabalhos de dissilicato de lítio.

Mas, com os avanços tecnológicos e constantes pesquisas acerca desse material, é esperado que essa vantagem também seja superada muito em breve.

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Vantagens das novas gerações de zircônias

As zircônias têm se destacado por oferecerem características superiores em comparação às versões anteriores. A seguir, conheça suas principais vantagens e como elas influenciam na qualidade e nos resultados dos trabalhos protéticos.

Custo-benefício

Uma das maiores vantagem das zircônias atuais é o custo por elemento produzido.

As zircônias translúcidas, comercializadas em sua maioria em grandes discos, podem tanto dar origem a uma grande quantidade de elementos unitários, quanto produzir pontes extensas e protocolos cerâmicos totalmente livres de metal.

Isso é um grande diferencial em comparação aos blocos vitrocerâmicos, como o dissilicato de lítio, já que estes podem ser fresados em no máximo duas ou, (em raros casos) três coroas.

Alta Versatilidade

Além do custo-benefício do material, a possibilidade de produção de pontes extensas super-resistentes supre uma importante lacuna deixada pelos trabalhos feitos em dissilicato.

Isso ocorre porque trabalhos em dissilicato só são indicados para pontes fixas de até três elementos, indo da região anterior até os pré-molares, limitando um pouco a sua utilização.

Durabilidade

Atualmente, existe também uma grande melhora nas técnicas de cimentação em trabalhos com esse material.

Estudos recentes, como a revisão de literatura realizada por C.Leitão e colegas (2022), mostram que a cimentação, que até então era dos pontos de atenção nos trabalhos em zircônia, foi praticamente solucionada com o emprego de técnicas apropriadas.

Uma dessas técnicas é a utilização de jateamento com óxido de alumínio (50 mícrons) em conjunto com o uso de primers contendo monômeros específicos.

O mesmo estudo sugere ótimos resultados com a utilização do primer Clearfil SE, da Kuraray, pelo fato de conter em sua composição a molécula 10-MDP, responsável por grande parte da melhora na adesão da zircônia aos preparos.

Caracterizações e acabamento

Outro ponto forte dos trabalhos monolíticos é a praticidade na maquiagem, que, se bem executada, promove resultados excelentes.

O uso de pigmentos do sistema IPS Ivocolor da Ivoclar, por exemplo, confere caracterizações muito bonitas, transformando peças de zircônia em verdadeiras joias.

Trabalhos maquiados em zircônia: como se diferenciar?

Aqui está uma dica muito importante, que pode ser um diferencial nos trabalhos maquiados em zircônia.

A aplicação de uma camada não muito espessa de Glaze Fluorescente Ivocolor por toda a peça, seguida de uma queima a 920°C por 1 minuto, pode melhorar muito a adesão da maquiagem à peça.

Isso acontece devido à baixa porosidade verificada na superfície dos trabalhos em zircônia.

Essa técnica promove uma camada brilhante em toda a superfície. Portanto, para eliminar o brilho e criar uma superfície um pouco mais receptiva aos pigmentos da maquiagem, recomenda-se um jateamento leve com óxido de malha 100 com 2 bar de pressão.

Após esse procedimento, as queimas de maquiagem e glaze podem ser realizadas normalmente. Nas peças monolíticas em zircônia, a maquiagem deve ser realizada de maneira semelhante às produções em dissilicato.

Porém, um cuidado extra deve ser tomado no resfriamento de peças maiores. Nesses casos, deve-se utilizar o resfriamento lento após as queimas, abrindo o forno apenas quando a temperatura cair para 400°C. Isso ajuda a evitar falhas nos trabalhos.

Neste post, discutimos algumas características, além das vantagens e desvantagens das zircônias translúcidas.

Percebemos que:

1. as zircônias translúcidas já são uma realidade e conquistaram seu espaço no mercado de prótese;
2. os materiais disponíveis atualmente suprem importantes lacunas, melhorando alguns aspectos que suas antecessoras deixavam a desejar;
3. com o emprego de produtos e técnicas apropriadas, os trabalhos em zircônia podem alcançar resultados excepcionais.

Agora, cabe ao técnico em prótese dentária e ao dentista explorar todas as possibilidades que as novas gerações de zircônias podem oferecer, considerando-as como uma ótima escolha para os próximos casos.

Antes de ir, aproveite para conferir as opções de zircônias disponíveis na Dental Cremer | Henry Schein!