Quando realizamos o diagnóstico e planejamento clínico dos nossos pacientes, precisamos ter em mente que o paciente pode apresentar alguns problemas a serem detectados. Um deles é o problema na vertical do paciente, também conhecido como mordida aberta.
Como bem sabemos, a mordida aberta é um tipo de má oclusão em que os dentes superiores e inferiores não se tocam mesmo com a boca fechada. Ela pode ocorrer com os dentes da frente, de trás ou dos lados.
Mas, para um tratamento eficaz e de sucesso, é necessário se atentar a alguns aspectos que variam de acordo com o biotipo de cada paciente e podem depender até mesmo de hábitos já adquiridos por eles.
Os principais biotipos de pacientes odontológicos
Pacientes com faces mais alongadas ou mais encurtadas possuem alguns problemas que podem ser característicos desses tipos de faces. Por isso, vamos falar um pouco do problema vertical.
Os pacientes dolicofaciais, ou seja, que têm uma face mais alongada, possuem uma predisposição – pelo próprio biotipo – de desenvolverem a mordida aberta. Agora, todo paciente dolicofacial possui essa característica? Não, claro que não. Mas pelo biotipo facial, essa é uma predisposição que temos de ficar atento na hora de escolher linhas mecânicas.
Se um paciente já tem uma predisposição para mordida aberta, será que vale a pena fazermos movimentos de distalização onde podemos aumentar ainda mais a face do paciente? Ou será que é melhor, ao invés de fazer distalização, conseguir outra forma de espaço para esse paciente de face longa?
Hábitos que levam à predisposição de mordida aberta
Muitos perguntam: se a mordida aberta já está instalada, o que aconteceu?
Toda mordida aberta instalada vem precedida de um hábito. Então não é apenas a predisposição da face do paciente ou de genética. Ela tem algum um hábito instituído por causas ambientais:
- Hábitos de sucção de digital;
- Sucção de chupeta;
- Respiração bucal;
- Hipertrofia das amígdalas;
- Interposição lingual ou labial;
- Adenoide hiperplástica.
Muitas vezes, esses hábitos primários são precedidos de secundários. Este é um dos mais difíceis de ser removido do paciente: o hábito de interposição de língua.
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A partir do momento que o paciente perde o hábito primário – seja o dedo ou a chupeta – e caso o ortodontista não fique atento ao hábito secundário, aquele espaço gerado e aberto, será dominado pela língua.
Após a interposição lingual, tudo começa a mudar. O paciente faz uma deglutição diferenciada, a fala é modificada e, muitas vezes, deixa a língua em repouso de uma maneira diferente. Isso gera a manutenção dessa mordida aberta. Para isso, o profissional tem de ficar muito atento a esses hábitos para instruir o paciente e também agir com mecânicas capazes de remover esses hábitos e tratar a mordida aberta.
Harmonia facial
Como estávamos falando sobre padrão facial, será que apenas dolicofaciais possuem mordida aberta? E os braquifaciais e mesofaciais? Então vamos lá. Os dolicofaciais, como dissemos, têm uma predisposição a mordida aberta. Agora, um paciente mesofacial ou braquifacial que tem hábito, pode sim ter uma mordida aberta.
Os braquifaciais têm uma tendência de sobremordida, mas não é por causa disso que não possam desenvolver uma mordida aberta. Para isso, basta terem um hábito primário, secundário ou interposição lingual para aumentar a chance desse desenvolvimento.
Tratamentos de mordida aberta
Agora vamos falar de alguns tratamentos que podemos ter para solucionar os problemas de mordida aberta com destaque no padrão facial do paciente.
Em pacientes dolicofaciais, com síndrome da face alongada, o mais interessante é trabalhar com intrusão de dentes posteriores. Obviamente, colocando algum anteparo para remover o hábito da língua, ou seja, uma grade ou dispositivo que faça com que a língua não atravesse a região anterior dos dentes.
E no caso de pacientes mesofaciais ou braquifaciais? Para esses casos, podem ser mesclados os tratamentos de intrusão dos dentes posteriores ou também da extrusão dos dentes anteriores com elásticos ou arcos para a reversão de curvas. Sendo assim, o padrão facial desses pacientes deixa de ser tão afetado.
Mas lembre-se: o tratamento dos hábitos é primordial e não pode ser esquecido.
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Sobre o especialista
Com 18 anos de atuação, o Dr. Cristiano Peres é mestre em Ortodontia pela Uniararas e Pós-graduado em Harmonização Orofacial pelo Instituto Ziroldo. Também possui especialidades voltadas em alinhadores e autoligados.
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