Cuidados Jurídicos na Odontologia: o que você precisa saber?

Você sabia que os dentistas não têm direito de justificar algum problema com os pacientes alegando que não conhecem as leis e regras que incidem sobre a Odontologia?

Conhecer as normas, leis e o Código de Ética que regem a profissão é um dever de todo cirurgião-dentista. Pensando nisso, reunimos neste conteúdo os principais cuidados jurídicos que você deve adotar no consultório para garantir uma prática profissional ética e segura. Confira!

Qual a importância dos cuidados jurídicos na odontologia?

Investir nos cuidados jurídicos na odontologia é mais do que uma formalidade – é garantir uma prática profissional responsável, ética e segura.

Dentistas precisam entender claramente seus direitos e obrigações, respeitando não só o bem-estar, a autonomia e a privacidade dos pacientes, mas também garantindo transparência na comunicação e a construção de uma relação de confiança.

Ao mesmo tempo, manter tudo registrado e protegido é essencial. Prontuários, contratos e outros documentos funcionam como proteção legal em casos ético-disciplinares ou judiciais.

Prontuário digital: seu aliado jurídico

Com os avanços odontológicos, os prontuários odontológicos de papel vêm sendo substituídos por modelos digitais, simplificando o acesso a informações relevantes para a tomada de decisões e resolução de questões legais.

O que é e por que usar um prontuário digital?

O prontuário digital – versão eletrônica do prontuário tradicional – reúne todos os dados clínicos necessários para a boa condução do tratamento de forma digital, oferecendo vantagens como facilidade de acesso, armazenamento eficiente e segurança das informações.

Imagem de uma jovem profissional sorridente usando uniforme branco, segurando um tablet, com destaque para o artigo 17 do Código de Ética Odontológica na imagem.

O que deve constar no prontuário?

O prontuário deve ser preenchido pelo dentista em cada avaliação e conter as seguintes informações.

  • Anamnese detalhada.
  • Exames clínicos e complementares (radiografias, laudos).
  • Diagnóstico.
  • Plano de tratamento (detalhado, com etapas e custos).
  • Evolução do tratamento (datas, procedimentos realizados, intercorrências).
  • Assinaturas do paciente/responsável e do profissional.

O que é assinatura eletrônica em prontuários odontológicos?

Uma facilidade para o prontuário digital é a assinatura eletrônica, pois permite que você assine digitalmente os documentos dos seus pacientes, como evoluções ou anamneses.

O recurso tem validade jurídica e está previsto para o uso na Odontologia pela Medida Provisória nº 2.200-2, em vigor desde 2001.

Armazenamento e sigilo do prontuário: como funciona?

Seja de papel ou digital, o prontuário odontológico deve ser armazenado por 20 anos, prazo previsto na Lei 13.787/2018, no artigo 6º. Além disso, o dentista deve manter o sigilo sobre as informações de seus pacientes, assegurando a privacidade e segurança dos dados na odontologia.

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE): entenda o que é!

Outro recurso jurídico importante é o Termo de Consentimento Livre Esclarecido, um documento assinado pelo paciente ou responsável legal, consentindo ao profissional a realização de determinado procedimento odontológico.

Qual a função do TCLE?

O TCLE visa garantir a autonomia do paciente ou de seu responsável, informando-o de forma clara sobre o procedimento odontológico a ser realizado, incluindo seus benefícios e potenciais riscos.

Além disso, ele serve como proteção legal para o cirurgião-dentista, legitimando sua atuação profissional e protegendo-o de possíveis questionamentos futuros.

Quais as informações essenciais no TCLE?

De modo geral, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) deve conter:

  1. Identificação das partes: dados do paciente ou responsável e do cirurgião-dentista;
  2. Veracidade das informações: confirmação de que o paciente forneceu dados corretos na anamnese, incluindo saúde geral, bucal e uso de medicamentos.
  3. Diagnóstico e tratamento: explicação clara sobre o plano de tratamento, seus objetivos, potenciais riscos e alternativas.
  4. Duração e comprometimento: tempo previsto do tratamento e compromisso do paciente nos cuidados, orientações e comparecimento às consultas.
  5. Comunicação clara: paciente tem o dever de informar qualquer alteração de saúde, dúvidas ou insatisfações durante o tratamento odontológico.
  6. Limitações: esclarecimento de que a odontologia é uma ciência não exata, e não há garantia de resultados específicos.
  7. Modificação da conduta: se necessário, o dentista poderá mudar a abordagem terapêutica durante o tratamento odontológico.
  8. Declaração de entendimento: o paciente declara que compreendeu todas as informações e teve suas dúvidas esclarecidas.
  9. Direito de revogação: o paciente é livre para consentir ou não o procedimento e, a qualquer tempo, poderá revogar essa decisão.
  10. Data, local e assinaturas: assinatura do paciente (ou responsável legal) e do dentista, com data e local.

Quando e como obter o consentimento do paciente?

Solicite a assinatura do termo de consentimento antes da prática de qualquer atividade clínica. Deve ser preenchido em duas vias, uma delas ficará com o dentista e a outra com o paciente.

Contrato de prestação de serviços odontológicos: garanta transparência e profissionalismo

Outra prática recomendada é estabelecer um contrato formal com o paciente.

Além de trazer mais clareza sobre o plano de tratamento, o documento reúne valores, formas de pagamento, garantias (se houver e de acordo com o Código de Defesa do Consumidor – CDC) e formaliza os direitos e deveres de todos os envolvidos.

Quais os direitos do paciente?

Os principais direitos do paciente na odontologia e geralmente explicitados em contratos odontológicos são:

  • Receber informações claras e completas sobre o procedimento a ser realizado;
  • Ter sua privacidade e dados protegidos conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD);
  • Acessar seu prontuário odontológico e receber uma cópia do documento quando assim solicitado;
  • Ser atendido em ambiente limpo e seguro, com padrões adequados de biossegurança;
  • Receber assistência profissional após o procedimento;
  • Ser informado previamente sobre valores de procedimentos e tratamentos adicionais;
  • Não ser responsabilizado por resultados insatisfatórios, desde que siga corretamente as recomendações;
  • Autorizar ou não o uso de sua imagem para fins de publicação científica.

Imagem promovendo o modelo de Contrato de Prestação de Serviços Odontológicos para download, com destaque para o botão 'Fazer download' na tela de um dispositivo móvel.

Como lidar com reclamações e intercorrências?

Dr. Guilherme Cattani, referência em Direito Odontológico, durante palestra no evento Odontologia do Futuro (2022) afirmou o seguinte:

Citação do Dr. Guilherme Cattani sobre a importância da saúde bucal e o impacto da profilaxia jurídica para o bem-estar das pessoas.

Além da técnica, é importante compreender as motivações e expectativas dos pacientes. Isso diminui as chances de ele alegar “presunção de culpa do profissional”, ou seja, que o dentista não atingiu o resultado esperado, especialmente em casos estéticos.

Publicidade e marketing odontológico: respeito às regras do CFO

A publicidade e marketing odontológico são importantes ferramentas para atração de pacientes e posicionamento no mercado, contudo, devem estar sempre alinhadas com as diretrizes do CFO, conforme as normas do Código de Ética Odontológica (CEO).

O que o dentista pode e não pode fazer?

O Código de Ética Odontológico possui regras claras sobre o que você pode ou não fazer na divulgação dos serviços odontológicos. O não cumprimento das normas pode não só comprometer a sua reputação, mas também resultar em advertência, multas e punições legais.

O que é permitido:

É permitida, por exemplo, a publicação de fotos “antes e depois” em seu perfil pessoal, com TCLE, contendo nome e registro CRO.

Além disso, com a Resolução CFO 271/2025, também está autorizada a divulgação de descontos e campanhas promocionais.

O que continua proibido:

Mesmo com a flexibilização, anúncios com preços e o oferecimento de serviços odontológicos como brinde, prêmio ou sorteio seguem sendo infração ética.

Isso também vale para práticas como telemarketing, uso de caixas de som e panfletagem que configurem concorrência desleal.

Mantenha-se informado:

👉 Leia o Código de Ética Odontológica e conheça todos os seus direitos e deveres como cirurgião-dentista
👉 Acesse o Código de Proteção e Defesa do consumidor para garantir uma relação transparente com os pacientes.

Como o software odontológico facilita os cuidados jurídicos na odontologia?

O software odontológico pode ser um aliado do cirurgião-dentista na gestão de cuidados jurídicos dentro do consultório.

Afinal, ele possui funcionalidades que garantem:

Segurança das informações

O software odontológico reúne todos os dados do paciente (prontuários, exames, TCLEs digitalizados) em um único lugar, o que garante a rastreabilidade e segurança das informações.

Organização da rotina

A ferramenta ajuda a controlar agendamentos, faltas e abandonos, além de padronizar a comunicação com o paciente através do envio de orientações antes e após o tratamento odontológico.

Emissão de documentos

Alguns softwares permitem a emissão de atestados, termos de consentimento e contratos padronizados. Inclusive, possibilitam a inclusão de assinaturas eletrônicas com validade jurídica nos documentos.

Conheça o Simples Dental

O Simples Dental, software oficial da Dental Cremer | Henry Schein, é uma dessas soluções. Ele reúne todas as ferramentas que você precisa para proteger sua carreira e fazer sua clínica crescer:

  • Prontuário digital completo e seguro;
  • Assinatura eletrônica com validade jurídica;
  • Conformidade com LGPD na odontologia
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