Materiais para prótese fixa e sua evolução

A busca constante por um padrão de beleza considerado ideal está ganhando cada vez mais força. Consequentemente, as exigências estéticas estão mais elevadas. Reproduzir detalhes dos dentes com perfeição é o principal objetivo dos profissionais que trabalham com prótese fixa. 

Nesse artigo, vamos falar sobre a evolução dos materiais utilizados nos casos de prótese fixa, e como os procedimentos acompanharam essa evolução. 

Como saber qual o material ideal para prótese fixa?

Próteses fixas metalocerâmicas já não atendem o apelo estético atual, assim sendo, outros materiais surgiram para atender essas exigências. A chamada odontologia mimeticamente perfeita necessita de critérios básicos que são possíveis alcançar com estes materiais. Portanto, elevar os trabalhos cerâmicos projetando cores realistas, transparências e detalhes ópticos é o que se espera no resultado final. 

A prótese parcial fixa tem indicação para substituir um ou mais dentes quando o suporte desempenhado pelos dentes pilares tenha avaliação cariogênica, periodontal e biomecânica. Quando as coroas de cerâmica pura começaram a ser usadas, as próteses eram fabricadas com cerâmica feldspática. Por consequência disso, resultava em uma baixa resistência.

Além disso, sua indicação era limitada principalmente em pacientes com grande esforço mastigatório e oclusal. Para tentar resolver este problema, no início da década de 70, foi criada uma nova modalidade na prótese fixa, que apesar do revestimento cerâmico, possuía um interior com estrutura metálica conhecida como prótese fixa metalocerâmica.

Essa prótese cumpre muito bem sua função quando pensamos na resistência e na adequação com o meio bucal. Por outro lado, a estrutura interna em metal pode levar a alguns problemas estéticos com o passar dos anos. A infraestrutura em metal também impossibilita que o dente tenha qualidades óticas, impedindo que a luz passe e não gere o efeito da cor em profundidade, comprometendo a naturalidade e estética da prótese.

Com o passar dos anos, novos materiais vêm sendo inseridos na fabricação das próteses fixas, com o intuito de fortalecer as cerâmicas e minimizar o risco de fratura das mesmas, sem a necessidade de utilizar a estrutura em metal, que futuramente pode acarretar problemas.

O material que mais ganhou espaço

Com vantagens como biocompatibilidade, estética e durabilidade sem alterar suas características clínicas, as cerâmicas puras vem sendo cada vez mais utilizadas na odontologia, não apenas para reabilitações anteriores como também para posteriores.

A evolução dos sistemas cerâmicos até os dias atuais buscam cada vez mais atenderem às necessidades estéticas e funcionais nas cerâmicas utilizadas nas reabilitações. Visto que, atualmente, existem no mercado sistemas com maior resistência à tração e flexão, maior tenacidade, maior translucidez entre outras características que indicam o uso dependente da necessidade clínica. Portanto, é muito importante que o profissional tenha conhecimento científico dos diversos materiais disponíveis no mercado.

A interação clínico e laboratório

As cerâmicas odontológicas são, sem dúvidas, materiais excelentes para reprodução de detalhes ópticos. Entretanto, atualmente existem muitos tipos disponíveis para confecção das restaurações cerâmicas metal free tanto em regiões anteriores quanto posteriores. 

Além do profissional aplicar seu conhecimento, deve também contar com um laboratório de prótese que interaja de forma ativa nas reabilitações, visto que bons resultados não são devidos exclusivamente ao tipo de material utilizado, mas sim, à seleção do melhor material, tipo de preparo em conjunto à habilidade do profissional e do laboratório protético.

O emprego adequado de cada material garante bom prognóstico e sucesso no tratamento reabilitador com próteses, e cabe ao dentista saber as indicações e contra indicações de cada material. Conhecer as características, saber planejar e respeitar as limitações de cada material vão levar ao sucesso clínico.

Referências Bibliográficas

Volpato, C. A. M. et al. Próteses odontológicas: uma visão contemporânea – Fundamentos e procedimentos. São Paulo: Liv. Santos, 2012. 482 p.

Guess PC, Schultheis S, Bonfante EA, Coelho PG, Ferencz JL, Silva NR. All-ceramic systems: laboratory and clinical performance. Dent Clin North Am. 2011; 55(2): 333-52.

Eisenburger M, Mache T, Borchers L, Stiesch M. Fracture stability of anterior zirconia crowns with different core designs and veneered using the layering or the press over techinique. European Journal Of Oral Sciences. 2011; 119: 253-7.

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