Conteúdo de caráter informativo, destinado a cirurgiões-dentistas habilitados ao exercício da sua profissão. Não se trata de artigo científico. Informações prestadas encontram-se nas referências bibliográficas disponibilizadas ao final do conteúdo. Publicação: abril de 2023.
A Lidocaína é o anestésico local mais utilizado nos consultórios odontológicos brasileiros.
Considerado padrão ouro na Odontologia, a solução apresenta inúmeras vantagens, como excelente eficácia anestésica, baixo nível de toxicidade e menor potencial alergênico.
Mas, apesar de ser considerado um anestésico seguro, é importante conhecer a fundo suas características a fim de evitar possíveis intercorrências no dia a dia clínico.
Ao longo do texto, saiba mais sobre o uso de lidocaína na Odontologia, suas indicações e contraindicações.
O que é lidocaína?
A Lidocaína surgiu na década de 40 como o primeiro anestésico do tipo amida a ser comercializado.
Em pouco tempo, tornou-se o anestésico local mais usado na área médica e odontológica, substituindo a procaína em diversos procedimentos clínicos.
É uma solução anestésica amplamente utilizada por dentistas, tanto que hoje é usada como parâmetro na comparação com outros anestésicos locais.
No Brasil, a lidocaína pode ser encontrada em diferentes concentrações:
- 2% e 3% associada à norepinefrina 1:50.000
- 2% associada à epinefrina (adrenalina)1:100.000 e fenilefrina 1:2.500.
- Sob a forma de pomada para uso tópico, geralmente na concentração 5%.
Sendo a Lidocaína 2% associada à adrenalina na diluição de 1:100.000. a apresentação mais comumente utilizada em consultórios odontológicos
Principais características da Lidocaína
A lidocaína é um anestésico de ação rápida, com tempo de latência entre 2 e 5 minutos.
Sua ação anestésica dura de 5 a 10 minutos, quando utilizado sem vaso constritor.
Quando associado a um vasoconstritor, promove duração anestésica de aproximadamente 60 min em tecidos pulpares e de 3 a 5 horas em tecidos moles.
A dose máxima de lidocaína recomendada pela Food and Drug Administration (FDA) é 7,0mg/Kg, associada ou não à adrenalina.
Esse valor é indicado para pacientes adultos, sem que se exceda a dose máxima absoluta de 500mg/kg ou 13 tubetes.
A lidocaína apresenta metabolização no fígado, por duas enzimas, e excreção renal.
Logo, não é recomendada para pacientes com comprometimento hepático, devido ao risco de toxicidade.
Uso da Lidocaína: idosos, gestantes e pacientes infantis.
A lidocaína é uma solução anestésica amplamente utilizada em diversos procedimentos odontológicos, principalmente nos de curta e média duração.
Em pacientes idosos o uso de lidocaína a 2% com adrenalina a 1:200.000 ou 1:100.000 é recomendado.
Contudo, é importante não ultrapassar a dose de 0,04mg de adrenalina por consulta, pois idosos costumam ser mais sensíveis aos vasoconstritores.
É também uma das sustâncias anestésicas mais seguras para pacientes grávidas, sendo classificada como categoria B pela FDA.
Neste caso, em gestantes utiliza-se a lidocaína à 2% com adrenalina na concentração 1:100.000, e limite de 2 tubetes por atendimento.
Além disso, apresenta excelente desempenho em pacientes infantis quando utilizado com adrenalina na diluição de 1:200.000.
Considerando a dose máxima, com ou sem vasoconstritor, de um tubete para cada 9,09 Kg de peso.
Importante ressaltar que, apesar de a lidocaína ser empregada em diferentes situações clínicas, é importante utilizá-la com cautela, sempre considerando as características individuais de cada paciente.
Então, antes de escolher a lidocaína ou qualquer outro anestésico local para uso odontológico avalie os seguintes fatores:
- Eficácia do anestésico;
- Segurança (dose máxima, toxicidade);
- Necessidades clínicas e sistêmicas do paciente;
- Particularidades do procedimento a ser realizado (tempo de duração, necessidade de hemostasia, controle da dor pós cirurgia, etc.)
Contraindicações de uso da lidocaína
Tão importante quanto escolher o anestésico local ideal para o seu paciente é saber quando não utilizar determinada substância.
No caso da lidocaína, embora seja um anestésico relativamente seguro, o fármaco é contraindicado em pacientes que apresentem:
- Doença hepática severa;
- Hipersensibilidade aos anestésicos locais do tipo amida ou quaisquer componentes de suas fórmulas.
- Bloqueio cardíaco (na ausência de um marca-passo artificial);
- Uso concomitante de antiarrítmico de classe I.
Em casos de toxicidade da lidocaína, os sinais e sintomas se dão a partir da estimulação e depressão do Sistema Nervoso Central.
Desse modo, o paciente pode apresentar sonolência, levando à perda de consciência e, em casos extremos, parada respiratória.
Neste conteúdo apresentamos as principais características da lidocaína e a importância de escolher um anestésico local que atenda às necessidades de seus pacientes com segurança.
Quer saber mais sobre o uso de anestésicos locais na Odontologia? A Dental Cremer te ajuda!
Separamos alguns conteúdos do Blog Dental Cremer, confira:
- Anestésicos odontológicos: quais são e como utilizá-los?
- Anestesia em pacientes pediátricos
- A melhor anestesia para a harmonização orofacial
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Sobre a autora:
Gabrielli Nery Wandscheer | Redatora Shine
Formada em Administração pela Estácio, especialista em Marketing e redação técnica na área odontológica.
Referências:
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