Seja nas cirurgias ou em próteses, o dentista que se propõe a realizar implantes dentários precisa estar sempre muito preparado.
Além de conhecimento, estudo e planejamento de cada caso, uma gama de instrumentais e produtos para implantodontia podem fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso do caso clínico.
Por isso, é fundamental o profissional elaborar uma lista de materiais para Implantodontia, desde o planejamento cirúrgico até a fase protética, incluindo os itens de biossegurança odontológica.
Neste artigo, criamos uma listagem que considero mínima e básica de produtos para Implantodontia para se poder fazer implantes de maneira segura.
Lista de materiais para implantodontia
Uma lista bem estruturada é um item obrigatório para promover previsibilidade e sucesso clínico, além de garantir um padrão de excelência na Implantodontia.
Seguem os principais materiais utilizados em cirurgias de implantes dentários:
I. Diagnóstico
Os exames de imagem são de extrema importância no diagnóstico, planejamento e acompanhamento do caso clínico, além de oferecer respaldo legal para o profissional.
Por isso, é fundamental a seguinte documentação clínica:
- Prontuário completo e atualizado;
- Anamnese;
- Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE);
- Exames de imagem (radiografia e tomografia);
- Planejamento cirúrgico digital ou convencional;
- Fotografias pré e pós-operatórias.
Em relação aos equipamentos odontológicos para diagnóstico em Implantodontia, é necessário:
- Aparelho de raio – x odontológico;
- Negatoscópio.
Um ponto de destaque é o sistema de radiografia odontológica digital.
O equipamento de raio -x odontológico digital e os sensores oferecem maior precisão e menor dose de radiação, além de facilitar arquivamento e compartilhamento das imagens com outros profissionais.
II. Procedimento cirúrgico
- Kit cirúrgico de descartáveis específico para implantes;
- Instrumental cirúrgico:
- Cabo de bisturi;
- Seringa carpule;
- Descolador molt (para descolamento do periósteo);
- Afastador de Minessota (para afastamento de tecidos moles);
- Sindesmótomo;
- Pinças cirúrgicas (Kelly, Allis, hemostática, dente de rato);
- Porta agulha;
- Tesoura.
Claro que é preciso ter pelo menos um kit reserva esterilizado para o caso de instrumentais caírem no chão.
III. Instrumentais de apoio
- Régua endodôntica e stop de lima de endo;
- Sonda milimetrada;
- Espelho clínico;
- Pinça clínica;
- Agulhas curta, longa ou extra curta;
- Lâminas de bisturi;
- Tubetes de anestésico da sua preferência, para cada caso;
- Kit cirúrgico de implantes da marca que você utiliza – verifique se ele está completo e com as peças em seus devidos lugares. Sempre com uma catraca com troquímetro para você não abusar da força e das conexões na hora da instalação.
Para os implantes propriamente ditos, a dica é que você tenha um estoque ou opções, caso haja uma mudança repentina de planejamento no transoperatório.
IV. Motor cirúrgico para implante e contra ângulo
- O motor deve permitir ajuste preciso de torque, garantindo respeito ao protocolo do fabricante e evitando sobrecarga no implante dentário e no osso adjacente;
- Contra ângulo para preparo dos leitos e instalação dos implantes. O recomendado é que a peça de mão tenha redução de 16:1 ou 20:1, o que garante torque adequado para perfuração controlada do leito ósseo.
Um contra ângulo com irrigação é de extrema importância para evitar aquecimento ósseo, preservar vascularização e diminuir risco de necrose térmica.
É importante ter mais de uma unidade no consultório para casos de quebra ou manutenção.
V. Kit de implante
- Implante dentário;
- Guia cirúrgico para implante dentário;
- Kit de brocas para perfuração óssea;
- Anilhas de profundidade (stops);
- Chave de instalação do implante;
- Pilares de cicatrização compatíveis com o sistema do implante;
- Chave para instalação do pilar de cicatrização.
Em casos de protocolos e necessidade de regularização de rebordo, será preciso ainda uma peça reta e brocas específicas para este fim. Isso levando em conta cirurgias mais avançadas
Informações importantes sobre brocas para implantes:
O preparo do leito ósseo exige brocas calibradas, sequenciais e com capacidade de corte efetiva. O kit deve incluir:
- Brocas sequenciais;
- Brocas helicoidais para diferentes densidades ósseas;
- Brocas para cirurgia guiada (quando aplicável);
- Stopes de profundidade (em alguns sistemas).
É importante lembrar que nos casos de cirurgia guiada as brocas devem ser compatíveis com o planejamento (convencional ou digital).
VI. Materiais auxiliares para o campo operatório
- Materiais para assepsia: campo cirúrgico, gaze, clorexidina 0,12%;
- Materiais para irrigação: soro fisiológico, seringas, cuba cirúrgica;
- Fios de sutura – principais fios usados na Odontologia:
- Seda: fio não absorvível, excelente maleabilidade, ideal para suturas simples e contínuas;
- Vicryl, PDS e Catgut: absorvíveis, indicado para regiões com necessidade de menor remoção de pontos;
- Nylon: não absorvível, sendo comercializado como monofilamentar ou multifilamentar.
VII. Materiais protéticos
- Kit protético com as chaves da marca de implantes que você utiliza e a catraca com troquímetro;
- Pilar protético;
- Pilar provisório;
- Parafuso protético;
- Cicatrizador;
- Copings, análogos e transferentes;
- Parafuso de cobertura;
- Componentes protéticos especiais;
- Componentes protéticos auxiliares;
- Torquímetro.
Confecção de provisórios e coroas
- Resina pó e líquido;
- Moldeiras;
- Material de moldagem: silicones de condensação, silicone de adição ou impregum
- Cera 7;
- Material para confecção da coroa (resina ou cerâmica odontológica);
- Equipamentos para fluxo digital na Odontologia;
- Cimento para fixação da prótese
Também são importantes os materiais de consumo de apoio como cimentos provisórios e definitivos, fita de teflon para proteção dos parafusos e resinas compostas para fechamento das entradas dos parafusos das próteses aparafusadas.
Informações importantes sobre a etapa protética
- O torquímetro para implantes é utilizado para aplicar um torque específico ao apertar parafusos de implantes e próteses, garantindo que o torque aplicado esteja dentro do valor recomendado pelo fabricante;
- As chaves protéticas (tanto para hexágono externo como para cone morse) são essenciais para instalação de componentes protéticos após a fase cirúrgica;
- Ter variedade de chaves e compatibilidade com diferentes sistemas é indispensável para lidar com ajustes e imprevistos.
VIII. Implantodontia digital
Equipamentos para realizar o planejamento , guia cirúrgica e a prótese em fluxo trabalho digital:
- Scanner intraoral;
- Software de planejamento odontológico;
- Impressora 3D odontológica;
- Fresadora odontológica.
Biomateriais na Implantodontia
Os biomateriais são essenciais em casos de falhas, defeitos ósseos, regeneração ou necessidade de ganho de volume.
Seguem os principais biomateriais utilizados na Implantodontia:
1. Biomateriais para enxertia óssea
- Enxerto autógeno: tecido ósseo do paciente;
- Enxerto alógeno: tecido ósseo de doador humano;
- Enxerto xenógenos tecido ósseo de origem animal;
- Enxerto sintético: também chamados de enxertos aloplásticos, são materiais sintéticos, como por exemplo a hidroxiapatita, beta-tricálcio-fosfato e biovidro.

Os materiais sintéticos apresentam como principal característica reabsorção controlada e boa osteocondutividade
2. Membranas e Técnicas de Enxerto
A Regeneração Óssea Guiada (ROG) depende de barreiras que impeçam o epitélio de invadir o espaço em regeneração.
I. Tipos de Membrana para regeneração óssea guiada
- Membranas de colágeno: reabsorvíveis, sendo usadas na maioria dos casos;
- Membranas de PTFE: não reabsorvíveis, indicadas em defeitos extensos e reconstruções maiores.
II. Informação importante
- As membranas de colágeno na Implantodontia são utilizadas para ROG;
- A membrana isola o enxerto do tecido mole e favorecem a neoformação óssea.
As membranas, bem como as técnicas como o uso de mucoderme (substituto de tecido mole), são utilizadas para melhorar a regeneração tecidual e óssea, especialmente em casos defeitos ósseos maiores .
3. Agregados Plaquetários
O plasma rico em fibrina (PRF) é uma técnica que melhora a remodelação óssea ao incorporar células viáveis aos biomateriais.
O procedimento é realizado por meio da centrifugação do sangue do paciente para obter o PRF, e depois misturado ao biomaterial selecionado pelo dentista.
É salutar termos pelo menos uma caixinha com enxerto ósseo para casos de perda de parte da tábua óssea vestibular ou casos de implantes em dentes anteriores.
Além disso, é importante utilizar uma membrana de colágeno de boa qualidade para proteger a região enxertada.
4. Titânio
O titânio grau 4 (puro) e as ligas de titânio são os materiais mais utilizados para implantes odontológicos devido à sua alta biocompatibilidade, resistência à corrosão e capacidade de osseointegração.
5. Zircônia
Utilizada em peças protéticas e no implante cerâmico, apresenta grande resistência mecânica e excelente molhabilidade, favorecendo a integração óssea.
Biossegurança na implantodontia
A biossegurança na Odontologia é fundamental para garantir a saúde do paciente e do profissional, evitando infecções e a contaminação cruzada.
Saiba mais sobre os pilares essenciais na biossegurança:
1. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
- Campo estéril;
- Jaleco impermeável;
- Luvas de procedimento;
- Luvas cirúrgicas estéreis;
- Face Shield
- Máscara cirúrgica;
- Touca descartável
- Face Shield.
2. Esterilização de materiais odontológicos
O uso de autoclave é obrigatório e a central de material esterilizado (CME) necessita de controle rigoroso, conforme preconizado pela legislação:
- Separação entre área limpa e área suja;
- Registro de ciclos de esterilização;
- Controle de integridade das embalagens;
- Controle da qualidade da esterilização;
- Uso de ndicadores químicos e biológicos.
3. Gerenciamento de Resíduos – PGRSS
- O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é uma exigência legal;
- O PGRSS garante que materiais perfurocortantes, resíduos contaminados e produtos químicos sejam descartados conforme as normas sanitárias;
- Consultórios e clínicas odontológicas devem seguir os protocolos de separação, identificação e armazenamento, reduzindo riscos biológicos e ambientais;
- O PGRSS é de extrema importância para biossegurança do dentista, do paciente e da população, principalmente em locais com foco em procedimentos cirúrgicos.
Para o sucesso clínico, é fundamental o preparo técnico, lista adequada de materiais e seguir os protocolos de biossegurança recomendados pela ANVISA.
Conclusão
Na Implantodontia, dominar o uso dos instrumentais, compreender as características dos biomateriais e manter uma rotina rigorosa de biossegurança são medidas fundamentais para garantir a qualidade do tratamento odointológico.
Além de tudo isso, o implantodontista deve ter uma parceria com um bom laboratório de prótese e muita disposição para estar sempre se atualizando e fazendo cursos para estar em dia com as novas tecnologias e abordagens do mundo dos implantes.
Para ter sucesso clínico e promover a longevidade dos implantes dentários, é de extrema importância trabalhar com produtos de qualidade.
Na Dental Cremer I Henry Schein, você encontra uma linha completa de materiais para Implantodontia, das melhores marcas do mercado.
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