Hoje o nosso artigo tratará de um tema que gera bastante dúvidas nos dentistas, nos estudantes de odontologia e até nos pacientes. Será que os bráquetes estéticos são todos iguais? Vamos à leitura!
A aparência muitas vezes pouco estética dos braquetes metálicos faz com que alguns pacientes rejeitem a colocação de aparelho ortodôntico. Com isso, a indústria dos materiais tem buscado oferecer alternativas de tratamento mais estéticos. (AGUIAR, et al., 2017)
Desde a década de 60, quando introduziu-se o condicionamento ácido do esmalte associado à utilização de resinas epóxicas, permitindo a colagem direta de acessórios ortodônticos, houve um processo de evolução histórica que resultou em uma incrível situação onde o Ortodontista, atualmente, pode escolher entre uma variedade de bráquetes estéticos, de diferentes tipos e fabricantes.
Nos anos 70, os braquetes estéticos plásticos foram os primeiros acessórios ortodônticos lançados no mercado, sendo compostos por um polímero denominado Policarbonato (Figura 1). Devido ao alto número de desvantagens em sua atuação clínica, esses braquetes vêm sendo progressivamente substituídos pelos acessórios cerâmicos.
Figura 1. bráquete de policarbonato.
Vários estudos apontaram problemas clínicos desses materiais plásticos como: descoloração quando são expostos a alguns alimentos e líquidos, desgastes dos bráquetes, absorção de água e saliva e o controle pobre do torque. Ou seja, problemas seríssimos para um tratamento ortodôntico bem conduzido.
Os bráquetes feitos de cerâmica foram introduzidos no mercado em 1986, para eliminar as desvantagens dos bráquetes de policarbonato. Segundo Olsen (1997), os braquetes cerâmicos apresentam maior estabilidade de cor, sendo inertes aos fluidos orais, e oferecem maior controle sobre a quantidade de torque transferida aos dentes. (Figura 2)
Figura 2. bráquete de cerâmica policristalina.
Por ser um material friável, não é o material mais recomendado para o design necessário de um bráquete, que normalmente apresenta ângulos vivos que aumentam a sua fragilidade, necessitando, portanto, serem mais volumosos que os metálicos. Mas atenção, esse material pode causar facetas de desgastes nos dentes se ocorrerem contatos oclusais, devido a seu material que é mais duro do que o esmalte dental.
A principal diferença entre os bráquetes cerâmicos monocristalinos e policristalinos é a claridade óptica, sendo a monocristalina mais clara e translúcida (Figura 3) do que a policristalina devido ao maior tamanho dos grãos cerâmicos e ao menor número de impurezas presentes em sua constituição. Talvez você já tenha lido ou escutado por aí, os braquetes monocristalinos surgiram no mercado como nome de Safira, por serem translúcidos e muito discretos esteticamente. São muito queridos pelos pacientes que buscam conforto e estética!
Figura 3. bráquete de cerâmica monocristalina.
Além dos bráquetes cerâmicos convencionais, temos também os bráquetes cerâmicos auto ligados, que são uma variação que também são encontradas nos bráquetes metálicos.
Espero que tenham apreciado o post com os principais tipos de bráquetes estéticos, lembrando que cada fabricante terá as suas recomendações e prescrições, a fim de agradar o diverso público de ortodontistas.
Comente aí embaixo o que achou do artigo!
Abraços e até breve!
Sobre o autor:
Dr. George Bueno | @georgebueno
- Especialista em Ortodontia – UERJ;
- Mestre em Odontologia (Ortodontia) – UERJ;
- Doutor em Saúde Coletiva (Epidemiologia) – UFES,
Referências:
Aguiar et al. APARELHOS (BRAQUETES) ESTÉTICOS. R. FAIPE, v. 7, n. 2, p. 9-15, jul./dez. 2017
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