Os princípios estéticos na análise do sorriso

O termo estética vem do grego “aistheike”, ou percepção pelos sentidos aliando a sensação do sentimento à racionalidade. Refere-se a tudo que pode ser percebido como agradável e belo pelos sentidos, despertando um sentimento universal de beleza. E este, por sua vez, traduz a expressão da qualidade, propriedade, natureza ou da virtude do que é belo. Na Odontologia, quando avaliamos um sorriso, temos alguns princípios estéticos a seguir. Quando todos esses quesitos forem aproximados do “ideal”, o resultado será mais harmônico e natural.

Nesse artigo, conversaremos sobre a análise do sorriso através de linhas e referências. Nesse sentido, é preciso destacar que os conceitos difundidos nem sempre são encontrados na população em geral. Dessa forma, cabe ao cirurgião-dentista avaliar, de forma minuciosa, todos os aspectos pertinentes ao paciente. A fim de identificar, por meio do conceito de beleza e da autoimagem, se as aceitações por parte do paciente quanto às modificações estruturais, implicarão direta e positivamente na efetividade do tratamento proposto.

Fatores a serem analisados nos princípios estéticos do sorriso

Assim, o tratamento considerado estético, pode se transformar num elemento facilitador na busca pela felicidade. Sendo assim, restabelecendo a autoestima ao satisfazer as expectativas de um paciente específico. Portanto, é necessário o bom senso do profissional que está realizando o procedimento, seguindo alguns princípios estéticos para que o resultado seja satisfatório. Os princípios são:

Simetria

Na odontologia, o conceito de simetria preconiza a semelhança entre as porções da face, bem como das extremidades direita e esquerda. Todavia, isso também implica na semelhança entre os elementos dentais homólogos a partir da linha média.

Linha média

A linha média facial é traçada dividindo a face em duas extremidades. Portanto, enfatiza as características dos lados direito e esquerdo, permitindo uma avaliação mais consistente das estruturas e, consequentemente, constitui um ponto de partida do tratamento. As relações harmônicas e proporcionais das extremidades da face definem a simetria facial, ou seja, implica diretamente no aspecto harmonioso da face.

Dominância

Os elementos dentais mais próximos da linha média exercem dominância sobre os elementos subsequentes em um sorriso estético. Dessa forma, por serem os mais iluminados e aparentes quando vistos frontalmente, iluminam o rosto e dão um aspecto de jovialidade.

Proporção

Considerando os seis elementos anterossuperiores, a proporção atua como diretriz na visibilidade gradual e aparente dos dentes, bem como na harmonia visual do conjunto. Portanto, através da relação proporcional entre a largura do sorriso em conjunto com segmentos anterior e corredor bucal, segue o padrão de proporção-áurea de 62%.

Contorno Gengival

O contorno gengival é delimitado pela união entre pontos referentes aos zênites gengivais, correspondente ao ponto mais alto da região cervical dos elementos, com as ameias gengivais, normalmente com aspecto triangular invertido.

Curvatura Incisal

A curvatura incisal, ou linha do sorriso exerce grande influência na aparência estética e funcional do sorriso. Assim, possibilita a desoclusão dos dentes posteriores nos movimentos excursivos e a fonação. É determinada pela linha imaginária que tangencia as bordas incisais dos incisivos superiores e a ponta da cúspide dos caninos. Portanto, reflete uma condição agradável e harmoniosa do sorriso.

Esses são alguns dos pontos a serem observados durante a etapa de restabelecimento estético do sorriso. Todavia, existem outros fatores que devem ser analisados de forma mais completa e detalhada. A simbiose entre os anseios do paciente e a atenção às referências estéticas propostas pelo profissional deve ser fundamental, só assim será possível obter um sorriso iluminado e
harmônico.

Fiquem atentos aos próximos artigos!
Um abraço.

Referências

COHEN, E. S. Fundamentos de estética In: _____. Dental Atlas de Cirurgia Periodontal Reconstrutiva e Cosmética.3ª ed. São Paulo: Editora Santos, 2008. p. 217-270.
CONCEIÇÃO, E. N. & col. Restaurações estéticas: compósito, cerâmicas e implantes. 1 a ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. 308 p.
FARKAS, L.G.; KOLAR, J.C. Anthropometrics and art in the aesthetics of women’s faces. Clin plast surg., v. 14, n. 4, p. 599-616, 1987.
FRADEANI, M. Análise estética: uma abordagem sistemática para o tratamento protético. São Paulo: Quintessence Editora Ltda., 2006. GARCIA, J.R.; VELOSO, V.C. Eureka: construindo cidadãos reflexivos. Florianópolis: Sophos, 2007.

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