Essa é a segunda parte do nosso post sobre aparelho autoligado! Para ler a parte 1 clique aqui.
Nesta segunda parte do post vamos abordar outros pontos importantes sobre esses bráquetes. Como o pouco atrito que eles supostamente oferecem, o acúmulo de biofilme dental e sobre a necessidade de menos extrações dentárias. Vamos à leitura?
Aparelhos autoligados: sobre o atrito
Numa comparação entre bráquetes metálicos e estéticos, ou convencionais, foi analisado o atrito de diferentes marcas. Os resultados mostraram que os bráquetes autoligados apresentaram menor atrito em relação aos convencionais. A realização deste estudo constituiu-se em laboratório.
Mas, e se usarmos a ligadura metálica em bráquetes convencionais? Outros estudos compararam este tipo de amarração com o sistema autoligado passivo, e viu que mesmo assim o autoligado apresentava um menor atrito. O autoligado passivo também se saiu melhor do que o autoligado ativo (SATHLER et al., 2011).
Em revisão sistemática do ano de 2009 foi realizada uma busca na literatura sobre o assunto (Medline, PubMed, Embase, Cochrane Library e Web of Science), e os autores concluíram que: apenas quando são usados arcos redondos os autoligados produziam um menor atrito. Comparados ao aparelho convencional. E com o aumento do calibre do fio utilizado, em ambos os tipos de bráquetes, o atrito aumentava.
Qual deles acumula mais placa ou biofilme dental?
Pode-se dizer que os bráquetes autoligados acumulam menos placa do que os convencionais, bem como apresentaram um menor número de bactérias acumuladas. Provavelmente, as ligaduras elásticas que prendem o fio ao aparelho convencional são as maiores responsáveis por este resultado, já que aumentam a retenção de placa bacteriana.
Será que um deles reabsorve menos as raízes dentárias?
A reabsorção dentária normal é esperada dentro de um tratamento ortodôntico convencional, e parece não depender do tipo de bráquete utilizado.
Ainda não podemos afirmar que existe esta diferença entre a reabsorção causada por um tipo específico de aparelho. Sabe-se que as forças leves causam, provavelmente, menor reabsorção radicular e que os longos tratamentos têm relação com o aumento dessas.
O aparelho autoligado é mais caro?
Sim. É verdade que isso não ocorre em todas as marcas, mas na média é sempre maior o investimento do profissional e consequentemente do paciente no tratamento que utiliza os bráquetes autoligados. Aliás, pode-se dizer que seu custo é um empecilho para que mais ortodontistas possam verificar todos os pontos que pontuei nestes dois posts aqui para o blog.
É importante que o profissional faça as contas sobre as reais vantagens que este tipo de tratamento oferece aos pacientes, e que avalie o benefício real que este aparelho trará à sua rotina clínica.
E o tratamento, terá menos extrações?
Talvez o ponto mais polêmico a favor da utilização do aparelho autoligado. Vamos lá: o aparelho que se propõe a extrair menos dentes, porém o que realmente faz na verdade é proporcionar uma expansão da arcada dentária. Com uma diferença, os arcos mais modernos de CuNiTi (Níquel e Titânio com adição do Cobre) tendem a causar uma força mais leve para essa expansão.
Conclusões sobre o Aparelho Autoligado
Pese muito tudo o que foi dito nestes dois artigos, não deixe de acompanhar as novas publicações científicas sobre o tema e, claro, me informem abaixo ou por e-mail caso eu esteja errado sobre algum ponto aqui tratado. Por favor!
Como de praxe, ainda na Ortodontia, para termos melhores decisões clínicas, mais estudos ainda são necessários. Bem como estudos que avaliem a estabilidade a longo prazo destes tratamentos.
Até breve e comente aí embaixo se gostou ou se tiver alguma dúvida!
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Referências:
http://www.scielo.br/pdf/dpress/v14n4/a02v14n4.pdf
http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v16n2/a06v16n2.pdf
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