Saiba mais sobre o aparelho ortodôntico autoligado

O aparelho autoligado é uma excelente opção para a realização do tratamento ortodôntico.

Diferente do aparelho ortodôntico convencional, não é necessário utilizar elásticos para fixar o fio ao bráquete, o que oferece diversos benefícios clínicos.

Neste artigo vamos avaliar as características, particularidades e tipos de bráquetes, para compreender as vantagens e reais indicações.

Com base nessas informações, você poderá escolher o aparelho ortodôntico ideal para cada caso clínico.

Aparelho ortodôntico autoligado

A principal característica do aparelho fixo autoligado é a utilização de bráquetes que possuem uma “porta” ou “clip” para prender o fio ortodôntico ao aparelho, eliminando a necessidade de ligaduras elásticas.

Além disso, o atrito entre os fios e os braquetes é reduzido, oferecendo maior conforto ao paciente.

O bráquete ortodôntico autoligado pode ser encontrado em diferentes materiais (metálico ou estético), permitindo que o paciente escolha a opção que mais se adeque à sua necessidade.

Uma breve história do aparelho ortodôntico autoligado

Apesar dos aparelhos autoligáveis serem apresentados como algo muito recente e moderno, sua primeira versão data do ano de 1935.

Naquela época, a ideia era tentar fixar o arco ortodôntico dentro da canaleta (slot) dos bráquetes Edgewise com um parafuso. Porém, o custo era alto e as peças apresentavam certa fragilidade que impediram a popularização deste mecanismo.

Mais recentemente começaram a surgir outros tipos de bráquetes, como o Time (Adenta GmbH, Alemanha) que se assemelhava ao Speed na aparência e na maneira ativa de atuação. Logo após veio o Sigma (American Orthodontics, EUA) e o Damon. Alguns tipos de bráquetes podem ser vistos na Figura 1.

Em 2006 surgiu o In-Ovation C (GAC International, EUA). Outras marcas lançaram novos bráquetes autoligados como o Damon MX e o SmartClipTM (3M Unitek, EUA) (Figura 2).

Espero não ter deixado nenhum bráquete de fora, mas a partir de 2008 outros bráqutes surgiram como o Damon Q, alguns estéticos como o ClarityTm SL e o Easy Clip (Aditek).

tipos de braquetes autoligados
Figura 1. Exemplos de bráquetes autoligados. (SATHLER et al., 2011)

Caso eu tenha me esquecido de algum, comente aí embaixo do texto que faremos as adaptações necessárias.

Classificação dos bráquetes autoligados

Basicamente, é possível considerar que, segundo o grau de pressão que o bráquete, ou o sistema de bráquetes, confere ao fio, eles podem ser chamados de ativos (com o fio pressionado dentro de canaleta); passivos (o fio ortodôntico tem liberdade dentro da canaleta ou slot do bráquete) ou os chamados interativos (a pressão existe nos fios mais calibrosos, mas há liberdade nos fios mais finos).

O bráquete autoligado ativo costuma ter uma força de atrito maior entre o fio e o bráquete, se comparado ao bráquete autoligado passivo.

Em relação ao material do braquete, temos duas classificações: aparelho autoligado metálico e aparelho autoligado estético. O bráquete autoligado estético é produzido em cerâmica ou policarbonato.

Benefícios do aparelho ortodôntico autoligado

As vantagens do aparelho ortodôntico autoligado são diversas e impactam na experiência do paciente, bem como na eficiência do tratamento.

Conheça os principais benefícios:

  • Redução no tempo de atendimento clínico;
  • Menor atrito entre o fio e o bráquete;
  • Conforto para o paciente;
  • Facilidade de higienização;
  • Mais estético que os aparelhos fixos convencionais.

A seguir, vamos abordar as dúvidas mais comuns sobre as características do aparelho ortodôntico autoligado:

Tempo de atendimento reduzido

De acordo com alguns autores, a maior eficiência dos bráquetes autoligáveis estaria relacionada ao menor tempo total de tratamento, ao tempo menor em que o paciente fica na cadeira do dentista e à possibilidade de intervalos maiores entre as consultas.

Alguns estudos mostram que a facilidade de fechamento das tampas dos bráquetes autoligados pode reduzir o tempo de atendimento em até quatro vezes, quando comparados aos sistemas convencionais com amarração, que utilizam elásticos ortodônticos (elastics ou ligaduras elásticas).

Já com relação ao tempo de cadeira, outros autores disseram o seguinte: que o tempo de soltura e de amarração dos fios aos bráquetes convencionais com amarrilhos metálicos é em torno de 8 minutos, com ligaduras elásticas esse tempo cairia para 2 a 3 minutos e para menos de um minuto com o autoligado.

Atrito

Diversos estudos realizaram a comparação entre bráquetes metálicos e estéticos, ou convencionais, foi analisado o atrito de diferentes marcas. Os resultados mostraram que os bráquetes autoligados apresentaram menor atrito em relação aos convencionais.

Acúmulo de biofilme dental na superfície do bráquete

Pode-se dizer que o bráquete autoligado acumula menos biofilme do que o bráquete convencional, devido ao menor número de bactérias acumuladas.

Provavelmente, as ligaduras elásticas que prendem o fio ao aparelho convencional são as maiores responsáveis por este resultado, já que aumentam a retenção de placa bacteriana.

Reabsorção das raízes dentárias

A reabsorção dentária normal é esperada dentro de um tratamento ortodôntico convencional, e parece não depender do tipo de bráquete utilizado.

Ainda não podemos afirmar que existe esta diferença entre a reabsorção causada por um tipo específico de aparelho.
Sabe-se que as forças leves causam, provavelmente, menor reabsorção radicular e que os longos tratamentos têm relação com o aumento dessas.

O aparelho ortodôntico autoligado é mais caro?

Sim. É verdade que isso não ocorre em todas as marcas, mas na média é sempre maior o investimento do profissional e consequentemente do paciente no tratamento que utiliza os bráquetes autoligados, porém o tratamento apresenta um excelente custo-benefício.

E o tratamento, terá menos extrações?

Talvez o ponto mais polêmico a favor da utilização do autoligado. Vamos lá: o aparelho se propõe a extrair menos dentes, porém o que realmente faz na verdade é proporcionar uma expansão da arcada dentária.

Os arcos mais modernos de CuNiTi (Níquel e Titânio com adição do Cobre) tendem a causar uma força mais leve para essa expansão.

Conclusão

O aparelho autoligado é uma excelente alternativa para o tratamento ortodôntico, oferecendo diversos benefícios, sendo também uma ferramenta para atração e fidelização de pacientes.

Ao indicar o uso do aparelho ortodôntico autoligável, é importante que o ortodontista esteja informado sobre as características, indicações e não deixe de acompanhar as novas publicações científicas sobre o tema e, claro, informar abaixo qualquer dúvida sobre o tema.

Como de praxe, ainda na Ortodontia, para termos melhores decisões clínicas, mais estudos ainda são necessários, bem como estudos que avaliem a estabilidade a longo prazo destes tratamentos.

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