A denominação “Sorriso Gengival” ocorre quando a pessoa sorri e acaba mostrando uma grande faixa de gengiva. Em muitos casos, pode ser maior que a altura dos próprios dentes. Muitos pacientes se sentem incomodados com essa exposição de gengiva. Além disso, essa condição pode trazer problemas na higienização e bolsas periodontias. Os dentes acabam ficando pequenos por estarem cobertos por gengiva, caracterizando uma “infantilização” do sorriso.
Identificar as causas do sorriso gengival é essencial para determinar o tratamento
Suas causas são diversas, derivando de fatores genéticos, maxila hipertrófica, linha do sorriso alta, lábio fino e principalmente de problemas na erupção dentária. Na maioria das vezes, temos associações entre Erupção Passiva Alterada e Erupção Ativa Alterada. A Erupção Passiva é o movimento apical da gengiva até sua posição correta, isto é, coincidindo com a junção esmalte cemento. Por outro lado, a Erupção Ativa é o movimento do dente para fora do osso.
Devido a essa complexidade que engloba o sorriso gengival, devemos sempre nos basear em exames clínicos e sondagem periodontal. Além disso, devemos portar de exames de imagem como a tomografia computadorizada e radiografias periapicais para chegar ao diagnóstico correto. Como resultado disso, escolheremos o melhor tratamento possível. É importante levar em consideração o biótipo gengival para melhor indicação e condução dos casos que muitas vezes terão resolução cirúrgica.
Vale lembrar que muitas vezes teremos intervenções de outras especialidades além da periodontia na correção do sorriso gengival. Cada uma terá seu momento de agir. Por exemplo, se além do sorriso gengival os dentes não estiverem em um posicionamento ideal, a ortodontia virá em primeiro lugar. Assim, a Ortodontia pode prevenir parcialmente ou totalmente os problemas de erupção dentária que podem levar ao sorriso gengival.
O excesso gengival pode até ser removido se houver dificuldade na colagem dos bráquetes. Porém, a cirurgia completa de aumento de coroa clínica deve ser feita apenas após o término do tratamento ortodôntico. Caso contrário, toda referência do sorriso será perdida.
O planejamento depende do biótipo gengival
Toda cirurgia periodontal deve ser feita com delicadeza e cuidado com os tecidos, porém, se estivermos falando de um biótipo gengival fino, por exemplo, precisamos tomar mais cuidado ainda. Nesses casos, você vai remover menos tecido, ou apenas entrar com uma osteotomia flapless com micro cinzéis e deixar a gengiva delgada se acomodar em seu espaço biológico de distância da crista óssea.
Atualmente, novas classificações vêm sendo elaboradas para facilitar o diagnóstico e, consequentemente, facilitar os procedimentos cirúrgicos. Isso porque, há casos em que basta remover apenas gengiva – uma minoria – e casos em que precisamos cortar bastante tecido gengival para delimitar a posição correta devido a Erupção Passiva Alterada. Além disso, realizar uma osteoplastia para corrigir a Erupção Ativa Alterada – maioria dos casos. Quando não observamos todos esses detalhes, podemos nos deparar com recidivas ou resoluções parciais dos problemas relacionados ao sorriso gengival.
Quem realiza esses procedimentos sabe que os pacientes ficam extremamente felizes com os resultados
É possível mostrar uma melhora quase que imediatamente, no pós-operatório. Aguardamos cerca de 45 a 90 dias para termos um resultado final completo do procedimento cirúrgico. Vale ressaltar que para a realização de tais cirurgias, são necessários instrumentais e materiais delicados. Podemos citar as lâminas 15c ou lâminas oftálmicas, descoladores de molt, cinzel micro ochsenbein, brocas esféricas de baixa e alta rotação, curetas periodontais, uma boa sonda periodontal, fios de sutura 5.0 ou 6.0, entre outros. Quanto mais delicado for o instrumental, menos agressão aos tecidos, melhor será o seu pós-operatório e o seu resultado.
Um Abraço,
Luiz Rodolfo
Comentários
Nenhum comentário