Técnica de moldagem sem o uso de fios de afastamento gengival

Introdução:

Quando falamos sobre estética, o termo nos remete a beleza, a um perfil bonito e harmonioso. Mas, em dentística vamos além: vemos como uma forma de devolver a auto-estima e auto-confiança ao nosso paciente, devolvendo a saúde de uma forma mais plena.

Dentro deste aspecto, deve-se ouvir dele qual a forma de estética desejada.

É importante na consulta inicial, compreender as necessidades primordiais deste paciente, o principal problema que o incomoda, ouvir atentamente as explicações, e já buscar definir a personalidade do paciente, o nível de expectativa e o grau de exigência com relação ao tratamento a ser realizado.

A partir daí, elaborar um planejamento estético individualizado, a começar por um exame clínico detalhado, que deve ser complementado com a requisição de radiografias, fotografias e modelos de estudo.

Deve-se prestar atenção nos detalhes e buscar o equilíbrio estético para aquele paciente, utilizar de estratégias clínicas para facilitar o planejamento e execução das restaurações estéticas em dentes anteriores e posteriores,  e trabalhar com uma maior previsibilidade de resultados com a máxima preservação da estrutura dental.

A dentística exige conhecimento científico, experiência e habilidade, principalmente em forma de técnica operatória/restauradora. Como disse Dietschi, “se o produto é importante, o protocolo operatório é primordial”.

Para trabalhos indiretos, a sequência ideal é, exame clínico e necessidades do paciente, realizar um planejamento e uma sequência de trabalho que inclui: preparo dental, confecção dos provisórios, moldagem, provas, cimentações, ajustes oclusais, acabamento, polimento final e depois, a conservação.

Para uma boa moldagem devemos ter:

  • Preparo bem realizado e polido;
  • Provisório bem adaptado e polido;
  • Término cervical nítido;
  • Tecido gengival bem contornado;
  • Particularidades do paciente;
  • Extensão do caso;
  • Habilidade profissional;
  • Domínio da técnica e do material.

É importante mencionar que: “Terapia periodontal precede todo e qualquer tratamento global”.

Por motivos estéticos, muitas vezes realizamos preparos subgengivais. Deve-se ter o máximo de cuidado para não invadir o espaço biológico, pois isto acarretaria em perda óssea inferior ao término cervical, recessão marginal, hiperplasia gengival localizada ou combinação de ambas.

Dentro disto, podemos citar também o uso incorreto dos fios de afastamento gengival. Preconizamos, caso seja necessário, para preparos subgengivais, no máximo 0,5 mm de profundidade.

Moldagens:

Conceitualmente é o ato técnico de obter impressão ou molde de uma estrutura ou superfície. Ou seja, é a cópia ou impressão em negativo. Tem como objetivo a obtenção do molde (positivo). O modelo é a reprodução de uma estrutura ou superfície, obtida com material próprio, a partir de uma impressão ou molde. O modelo deve conter todas as informações para a confecção dos trabalhos protéticos.

Moldagens sem o uso de fio de afastamento: técnica.

Preferencialmente utilizar silicones por adição, pois estes apresentam uma fidelidade superior, não produzem subprodutos, excelente estabilidade dimensional e recuperação elástica.

Técnica:

Caso clínico: paciente do sexo feminino, 65 anos

Material utilizado: Silicone de Adição – Vario Time (Heraeus-Kulzer), Resina Charisma Classic Kulzer

Início do Caso Clínico

Observações finais:

Nos casos de moldagens com silicone, observar as especificações do fabricante quanto à quantidade, tempos de manipulação e o de permanência em boca.

Lembrando que os silicones passam por um processo de polimerização, caso removam antes do tempo, a polimerização continuará fora da boca, o que poderá acarretar em alterações nos modelos de trabalho.

Após a moldagem devemos aguardar um tempo mínimo de 30 minutos, pois neste período há liberação de hidrogênio do material e recuperação elástica.

 Os moldes podem ser desinfetados com solução aquosa de sódio a 2,5%, até 10 min.

Sobre o autor:

Prof. Paulo Tomio Minami

Membro da Câmara Técnica de Dentística do CROSP;
Associado do GBPD (Grupo Brasileiro de Professores de Dentística);
Coordenador do curso de Residência em Dentística da APCD Saúde;
Coordenador do Curso de Atualização em Dentística e Estética da APCD Tatuapé;
Co-coordenador do curso de Residência Intensiva em Dentística da APCD Ipiranga, Aperfeiçoamento e Especialização em Dentística da APCD SBCD;
Coordenador do Curso de especialização em Dentística e Estética da Funorte Santo André.

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