Terapia básica associada ao tratamento periodontal

Atualmente, a odontologia estética está no foco da maioria dos procedimentos oferecidos pelos profissionais e é muito mais requisitada pelos pacientes. Porém, em muitos casos o controle periodontal tem sua real importância negligenciada. Neste artigo, abordaremos a importância da terapia básica, pois não existe procedimento estético sem um arcabouço gengival adequado.

O relacionamento saudável com o paciente deve ser seu principal objetivo

A terapia básica se dá pelos cuidados pré-tratamento e relacionamento com o paciente. Por mais capacitados e atuais que sejam os procedimentos odontológicos e o preparo do profissional, deve existir uma comunicação clara e precisa com o paciente. Após esse contato, ele estará comprometido em aderir aos cuidados necessários para um periodonto saudável. Portanto, é importante motivar o paciente e estimulá-lo a ter os cuidados necessários, explicando o processo inflamatório, evolução das doenças gengivais, fatores de risco, técnicas e frequência de higiene bucal. Fixar a importância da manutenção e controle de uma boa saúde bucal fará com que ele entenda sua responsabilidade no processo. A motivação do paciente está centrada em três aspectos:

  • Confiança: trabalhe a confiança do seu paciente! Ela será necessária para você poder exercer o seu trabalho.
  • Informação: forneça ao paciente todas as informações sobre o procedimento de uma forma acessível, que seja fácil a compreensão. Nos casos de inflamação gengival, pode ser um pouco assustador para o paciente! Por isso, explique de forma clara e o mais importante: mantendo a calma!
  • Motricidade: o paciente deve estar capacitado para realizar a escovação corretamente. Por isso, explique como será feita a escovação personalizada! No caso de uso conjugado de medicamentos para o controle da placa, deixe claro porque isso é importante! Só assim será possível a diminuição do processo inflamatório.

Diagnóstico e tratamento

Um dos primeiros fatores a ser analisado é a presença biofilme dental, que além de provocar a cárie, induz a periodontite, isso com seus patógenos específicos.

No caso da doença periodontal, o diagnóstico é feito após a reunião de dados obtidos durante um completo exame clínico e complementado por exames radiográficos. Além de detectar a presença de biofilme, o profissional deve perceber os seguintes fatores:

  • Presença ou ausência de sinais clínicos de inflamação, tais como sangramento após sondagem;
  • Profundidade de sondagem;
  • Extensão e configuração de perda de inserção clínica e óssea;
  • Experiências relatadas pelo paciente referente à intervenções médicas e dentárias;
  • Presença ou ausência de outros sinais ou sintomas, incluindo dor, ulceração e quantidade de placa e cálculo.

Esses procedimentos se fazem necessários para que possa estabelecer um correto tratamento para cada caso.

Próximas etapas do processo

Após anamnese, exame clínico (visual, sondagem) e auxilio de métodos de imagem é determinada a origem do problema. É feita a demonstração do caso ao paciente e iniciada a remoção dos fatores retentivos de placa, a fim de alcançar o controle mecânico do biofilme dental. Dos fatores que podem reter placa, temos: lesões de cárie, restos radiculares, restaurações e próteses mal adaptadas. Porém, essas causas não são obrigatoriamente responsáveis pelo início da doença.

Por muitas vezes, o sangramento gengival pode atrapalhar a higiene bucal, devido o paciente ter a sensação de anormalidade e dor. O fator retentivo mais observado é o cálculo dental, que deve ser removido mecanicamente pelo procedimento de raspagem supragengival ou subgengival, associada a uma correta adequação do meio bucal. Com isso, elimina-se todos os focos retentivos de placa reduzindo o processo de inflamação.

Portanto, a necessidade da intervenção do profissional atuando mecanicamente na remoção do biofilme dental é imprescindível. Instruir e motivar o paciente para uma adequada higienização também é fundamental, a fim de que se consiga uma boa saúde gengival e suporte periodontal adequado.

Dessa forma, a realização de uma sequência de procedimentos estéticos, quando necessários, será mais segura e duradoura. Não esquecendo das iniciativas de terapia básica para o sucesso de qualquer tratamento.

Fiquem atentos aos próximos artigos!

Rafael Amado
Graduado pela Faculdade de Odontologia de Campos/RJ | Especialização e Mestrado em Dentística – SLMandic /SP
Professor e Palestrante
Instagram: @dr.rafa_amado

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