A importância da troquelização para o sucesso da prótese

Troquelização e delimitação 

Procedimentos necessários e presentes em qualquer laboratório que desenvolva próteses fixas são a troquelização de modelos e a delimitação. São aparentemente simples de fazer, mas na realidade, para a obtenção de segurança e precisão, possuem uma certa complexidade que exige estudo, planejamento e conhecimento. 

É necessário: 

  • O conhecimento sobre características e comportamento dos materiais;
  • A seleção correta dos materiais;
  • Uso de acessórios e equipamentos adequados;
  • Domínio da técnica adequada;

Itens indispensáveis para confecção de um bom modelo troquelizado 

Molde adequado  

Primeiramente, para a obtenção de um bom modelo troquelizado, é indispensável ter um molde adequado da arcada do paciente. 

Modelo sem irregularidades 

Já para que tenhamos um bom troquel, o modelo de gesso deve estar livre de bolhas ou porosidade e livre de trincas. 

Modelo resistente 

O modelo deve possuir resistência suficiente para o trabalho e expansão controlada. 

Importância da qualidade na produção de troqueis 

A produção de troqueis e a delimitação são fases de extrema importância e grande responsabilidade, pois interferem diretamente no resultado dos trabalhos em boca, podendo gerar grandes problemas como: 

  • Desadaptações;
  • Ajustes;
  • Correções.

E até mesmo repetição de todo o trabalho, algumas vezes exigindo um novo molde do paciente feito pelo cirurgião dentista. 

Quando o laboratório recebe um molde que não está adequado, o responsável deve dialogar com o cirurgião dentista afim de expor as limitações e riscos de prosseguir com os trabalhos em tais condições. Pois, para que haja previsibilidade, cada detalhe, de cada etapa, deve estar enquadrado em um padrão mínimo de qualidade, e o laboratório não deve assumir a responsabilidade sobre tais irregularidades. 

Sabemos que esse setor foi desprezado e negligenciado durante muitos anos e até hoje, em alguns locais, infelizmente não é dada a devida importância. Mas, sem dúvidas, os profissionais que mais se destacam a nível mundial possuem visão mais qualificada, reconhecem e valorizam a importância da produção de modelos precisos. 

Sistemas de troquelização 

Existem diversos sistemas de troquelização e todos podem ser utilizados, entretanto cada sistema ou cada técnica possui seus pontos fortes e fracos. 

Normalmente os pontos mais relevantes a se atentar são: 

  • Precisão/estabilidade;
  • Tempo necessário para execução;
  • Necessidade de muita prática para desenvolver habilidade;
  • Investimento em equipamentos;
  • Facilidade de execução e previsibilidade.

Qual a diferença entre eles? 

No Brasil temos pelo menos 5 diferentes sistemas de troquelização que são amplamente utilizados. São eles: 

  1. Troquel alveolar;
  2. Troquel em placas;
  3. Troquel OPTIBASE ou EASY TDR;
  4. Troquel com pinos + base de gesso;
  5. ACCU-TRACK e similares.

Para que haja o máximo de precisão, o troquel deve ser feito sempre a partir do primeiro modelo vazado no molde. 

O principal objetivo da troquelização é permitir que seja feita a delimitação dos elementos dentários já preparados. 

Troquel x modelo troquelizado

Um troquel é quando temos o elemento dentário individualizado, independentemente de haver ou não um pino metálico nesse elemento. 

Algumas pessoas confundem e chamam de troquel o próprio pino, o que está errado.

Modelo troquelizado é quando temos uma arcada ou parte dela na qual um ou alguns elementos dentários estão segmentados, podendo ser removidos do conjunto quando necessário e posicionados novamente para integrar o arranjo.

Delimitação dos troqueis

A delimitação do troquel é a remoção da gengiva que está ao redor da área preparada pelo cirurgião dentista. O objetivo é evidenciar ao máximo a linha de término, removendo toda e qualquer irregularidade ou poluição visual que esteja além do limite onde estará o selamento da prótese sobre o preparo dental. 

Como o próprio nome diz, delimitar é determinar e tornar claro onde é a linha limite da prótese que será cimentada sobre o preparo. 

Remoção da gengiva 

Obviamente a remoção da gengiva se faz necessária somente nas regiões onde o limite do preparo está muito próximo do tecido gengival, pois em algumas situações como fragmentos, facetas e onlays, isso não acontece pois o término estará exposto muito acima do nível gengival. 

É recomendável que a delimitação seja feita preferencialmente com auxílio de um microscópio ou pelo menos com uma boa lupa com ótima iluminação. 

Linha de término  

Independente se o modelo for escaneado para que a prótese seja produzida através do CAD CAM, ou se todo o trabalho for feito manualmente, a linha de término deve estar evidente e acessível 360° ao redor do preparo. 

Isso tanto para que a prótese fixa seja criada respeitando o limite correto, quanto para que, na fase de acabamento da prótese, seja possível conferir a adaptação, e realizar o refinamento. Ou seja, “zerar bordas” com pedras, discos, borrachas ou brocas, sem que haja interferência da gengiva em gesso, e em toda a circunferência do elemento.  

Esse cuidado não seria possível com a mesma qualidade em um modelo rígido, especialmente nas regiões proximais.  

Precisão dos modelos = sucesso do trabalho 

A precisão dos modelos é um dos principais fatores determinantes para o sucesso ou fracasso da prótese, portanto é totalmente necessário que o profissional responsável por essa fase, tenha grande conhecimento e esteja muito bem treinado. 

Quando se tem um molde preciso, o vazamento de um segundo modelo de gesso para conferência é recomendável, sem troquelizar. Ele vai conter informações da arquitetura gengival, informação necessária para que a peça protética seja produzida respeitando o perfil emergencial adequado em cada caso.  

O uso de materiais, acessórios e equipamentos adequados também são fatores que contribuem muito para obtenção de ótimos resultados. 

Sobre o autor: 

Darlos Soares | @darlos_soares
Técnico em Prótese Dentária
Sócio proprietário do Maxzircon Oral Studio em Itapema – SC
Conselheiro Científico da Revista Prosthesis Science
Co-autor do Livro Reconstruindo Sorrisos – Congresso da APDESP 2015
Criador do curso Precisão de Modelos

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Comentários

4 Comentários
  1. Muito top!! Parabéns!! Gostaria de saber se tem como me enviar em pdf, pois gostaria de imprimir e ter na minha pasta. Pode ser??

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