Reabilitações com implantes utilizando a técnica All-on-4

Primeiramente, é importante reforçar que existem várias maneiras de resolver casos com reabilitações totais utilizando implantes dentários. Em maxilas atróficas, por exemplo, uma das opções que o cirurgião-dentista pode lançar mão é a cirurgia conhecida como All-on-4. Que nada mais é do que uma prótese total aparafusada sobre quatro implantes posicionados de maneira estratégica. Dessa forma, a área de sustentação é aumentada sem recorrer a cirurgias prévias de enxerto ósseo.

Imagem: Nobel Biocare

Nós, profissionais da odontologia, sabemos que muitas vezes a falta de espessura e altura óssea nos limitam bastante na hora de reabilitar com implantes dentários. Certo?

No melhor dos mundos, encontraríamos pacientes com maxilas robustas que poderiam receber seis implantes para suportar uma prótese aparafusada. Mas, com a perda dentária precoce dos molares, sofremos com pouca oferta de osso em regiões posteriores das maxilas. Todavia, se houver osso disponível, é sempre melhor utilizar mais do que quatro implantes, evitar grandes espaços entre eles e cantilevers extensos.

As vantagens dessa técnica

A técnica conhecida como All-on-4 preconiza a utilização de apenas quatro implantes que serão instalados na parte anterior das maxilas. Eles servirão de base para próteses totais fixas aparafusadas. Na mandíbula, os quatro implantes ficam entre os forames mentonianos e na maxila não ultrapassam os seios maxilares.

Mas afinal, qual é o grande diferencial? A maior particularidade da técnica All-on-4 é a instalação de quatro implantes, sendo dois deles paralelos na região anterior (região de incisivos centrais, laterais ou caninos de acordo com a oferta óssea) e os dois mais distais de maneira inclinada (cerca de 45°).

Mas atenção! Apesar de trabalharmos com um menor número de implantes, os cuidados devem ser redobrados na hora da cirurgia. Em alguns casos, podemos lançar mão de uma cirurgia totalmente guiada e até “flapless” (sem incisões e retalhos), com confecção de guias multifuncionais. Estas, que vão definir o posicionamento dos implantes. Além disso, o cirurgião dentista também vai optar por implantes de maior comprimento para aumentar a interface osso e implante e buscar o travamento inicial esperado de 30 a 45N nos quatro implantes.

Outra vantagem, é a entrega das próteses fixas provisórias ou até mesmo definitivas, com carga imediata no próprio dia do procedimento. Isso acontece se houver o travamento e a estabilidade inicial esperada com os implantes.

Planejando o All-on-4

É na hora do planejamento que tecnologia de ponta entra em ação. Ele pode ser feito de maneira virtual, utilizando as próteses móveis do paciente, tomografias e escaneamentos. Atualmente é possível realizar a impressão de guias multifuncionais em impressoras 3D muito fiéis e confiáveis, por exemplo.

Lembrando ainda, que o planejamento deste procedimento deve ser meticuloso e sempre vir acompanhado de um pedido de exame de tomografia computadorizada. Além disso, os pacientes devem ser bem orientados sobre os cuidados com estas próteses após a instalação. Afinal, o tratamento é mais rápido e a ausência de grandes cirurgias de enxerto e um custo mais aprazível, são outros atrativos que chamam bastante atenção do público final.

Por fim, a literatura científica mostra uma boa taxa de sucesso dessa técnica. Contanto, que os casos de maxilas atróficas sejam bem selecionados, pois ela também apresenta limitações. Alguns trabalhos ainda sugerem mais estudos e acompanhamento por um maior tempo. Principalmente, se levarmos em consideração que esta técnica ainda é relativamente nova do ponto de vista científico.

Bem selecionada, a técnica do All-on-4 será uma ótima ferramenta para reduzir tempo e desconforto, com resultados previsíveis em maxilas atróficas.

Um Abraço.

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