Odontologia e inteligência emocional: como aplicar?

A integração entre a odontologia e inteligência emocional  passa por remodelação de conceitos já usados no cotidiano dos estudos da psicologia de grupo e em neurociências, como “mindset”, “inteligência social”, entre outros. Mas afinal, como o conceito de inteligência emocional pode ser usado de maneira prática no dia-a-dia clínico do dentista 

Pois bem, o processo de retomada pós-crise, em todas as áreas, vem sempre recheado de percalços e situações que não fazem parte do cotidiano. Muitas vezes são ignorados em um ambiente de stress, tanto financeiro grave quanto por uma diminuição no fluxo de pacientes. 

 A chave do conceito está em centrar-se no modo em como irá estabelecer uma comunicação eficaz e vantajosa para ambas as partes. Além disso, que resulte numa maior satisfação por parte do cliente, isso mesmo, agora um cliente. É assim que ele deve ser visto! É preciso mudar o mindset, doutor.

Não há vergonha em vender eticamente, com profissionalismo e didática. Afinal, você está cumprindo uma função social em saúde e necessariamente passa pela venda. Em algum momento, ela se tornará parte suave do processo. 

É preciso reavaliar e entender os conceitos de venda aliada a inteligência emocional

Esse processo começa bem antes da presença física do cliente no consultório do dentista. Portanto, pense na percepção que ele construiu de você antes de tomar a atitude de procurar seu agendamento. O que levou este cliente a este ato? Que percepção ele teve da sua recepção?  São essas e muitas outras perguntas que irão compor as percepções do seu paciente até o dia da consulta. 

Nconsultório, um dos pilares dessa técnica é a prática da escuta ativa. Nesse item, não só você como também seu cliente serão bombardeados de sinais, expressões faciais e sentimentos. Além disso, existirão expectativas, códigos subliminares modernos e primitivos do cérebro que foram construídos pela evolução da humanidade. Parece profundo isso né? E é! 

 A chave do conceito de inteligência emocional em odontologia 

O contato direto e constante com o modelo de clientes obriga os dentistas a possuírem, além de capacidades técnicas, aptidões sociais para fazer uso desta inteligência. Não basta o QI (quociente de inteligência)! Há algum tempo não basta você, doutora (o), ter a melhor nota da turma, ter o caderno mais colorido e lindo, muito menos ter sido o aluno da primeira carteira. É real, não basta! 

Em qualquer tratamento odontológico, da extração do pré-molar por indicação ortodôntica ao mais belo conceito de harmonização facial aliado a lentes com preparos adequados em término gengival, o profissional será muito exigido em vários aspectos. Além, é claro da maestria técnica. 

Mas saiba que as percepções do seu cliente sempre volta à tona! E a relação profissional x cliente se tornará cada vez mais decisivpara encontrar o procedimento mais adequado para aquele cliente específico. Portanto, entenda o que ele espera e não o que você gostaria para ele, até mesmo nas ponderações financeiras de seu cliente. 

Baseado neste conceito de  inteligência emocional na odontologiasurge a nova forma de entender a prática da odontologia do dia-a-dia. Com isso, ela pode, de maneira breve, ser definida como a capacidade ddentista conhecer e gerir não apenas as próprias emoções como as de seu CLIENTE. O objetivo é realizar tratamentos com êxito, assim como proporcionar a cada cliente uma experiência agradável em seu consultório, de uma forma sempre muito sutil. 

Como aplicar a inteligência emocional no trabalho da clínica odontológica 

Para uma adequada retomada, seja mais atento aos sinais e mais ouvinte, tente captar quais as expectativas do cliente e exercite necessariamente duas habilidades: 

Habilidade intrapessoal

Estas aptidões permitem que o dentista melhore como indivíduo “Ser Humano”, evolução pessoal, mental e técnico (entenda aqui “técnico” como fazer o básico bem feito – afinal, de nada adianta se especializar se não seguir conceitos básicos de uma correta adesão em esmalte e dentina, por exemplo).

Trabalhar em aspectos como a automotivação, a responsabilidade e a assertividade facilitarão a comunicação entre você e seus possíveis clientes. O dentista deve aprender a gerir corretamente suas emoções, como o stress ou uma possível frustração clínica, para que o paciente sinta uma maior confiança, isto terá um impacto positivo na visita do cliente a seu consultório. 

Habilidade interpessoal

Num ambiente clínico geralmente trabalham mais pessoas, cada uma com uma personalidade diferente. Para manter uma boa relação com a equipe e os pacientes é essencial trabalhar as aptidões sociais, tendo sempre presente os conceitos da inteligência emocional no ambiente, exercite ser líder e não o temido chefe.

Neste sentido, a empatia, a proatividade e o respeito serão os melhores aliados para melhorar as capacidades interpessoais e otimizar o funcionamento do local. A harmonia do ambiente de trabalho é item que compõe o tal mosaico de percepções. E pode acreditar, ela faz muita, mas muita diferença subliminar no processo como um todo. 

Caminhando no uso da inteligência emocional em odontologia, você irá gradativamente perceber a evolução para um nível mais adequado do comportamento clínico, onde passará a ser frequente a rotina de você não precisar fazer venda propriamente dita, ela simplesmente irá acontecendo sem muita argumentação. Se você está precisando argumentar demais “tentando vender”, você ainda está errando em alguma etapa do processo, portanto, exercite! 

Autor: Jean Santos 

Cirurgião Dentista. Pós-graduado em odontologia estética. Pós-graduado em gestão de pessoas e sistemas de saúde/FGV. Especialista em Metodologia do Ensino Superior em Saúde/UNOESTE. Especialista em Dentística com Ênfase em Prótese e Estética/UNOPAR. Mestre em Odontologia/Dentística /UNOPAR. Ex-professor universitário do curso de graduação em odontologia da UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná. Professor de extensão em odontologia estética. Diretor da Viaodonto Franchising e Treinamentos. Consultor em orientação profissional. Criador do curso e conceito “DENTISTA PRÁTICO – Inteligência Emocional Odontológica”.

 

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