A doença cárie: conceito, etiologia e terapêutica – Parte II

O que causa a doença cárie na infância? Essa pergunta aparece quase que diariamente em nossos consultórios e no nosso dia a dia. Muitas pesquisas a respeito disso tem sido feitas por anos e anos. Na parte dois da minha sequência de artigos sobre doença cárie, vou trazer referências bibliográficas que comprovam as suas causas. Vamos lá?

As causas da doença cárie segundo a literatura

A doença cárie na infância apresenta, como em outras doenças crônicas, uma dimensão multifatorial, reconhecida e demonstrada em estudos seus fatores de risco individuais. Esses fatores são: demográfico, socioeconômico, comportamental e biológico. De acordo com a literatura, é esses fatores vão agir de maneira diferenciada nos primeiros anos de vida em função de algumas peculiaridades.

Portanto, em crianças jovens, os dentes estão em fase de erupção e os microrganismos envolvidos com a etiologia da cárie estão em fase de colonização. Nessa fase, os sistemas de defesa estão em desenvolvimento. Além disso, ocorre uma transição marcante na dieta envolvendo aleitamento materno, mamadeira e primeiros alimentos sólidos, o que claramente é influenciado por fatores não biológicos. (FELDENS,2018)

Quando orientamos os pais, explicamos a importância da dieta

A literatura comprova que as práticas alimentares com alto consumo de carboidratos refinados é uma variável fundamental na cárie. (FELDENS,2018)

Estudos mais recentes demonstraram que a dieta influencia na produção de ácidos, quantidade e composição do biofilme bacteriano e na quantidade e qualidade de secreção salivar. Dessa forma,  a dieta pode influenciar na ocorrência da cárie dentária. (FELDENS,2018)

As práticas alimentares mais referidas como fatores de risco de cárie na infância na atualidade são: introdução precoce de sacarose, alta frequência de ingestão alimentar, aleitamento materno prolongado e em alta frequência e uso inadequado de mamadeira, principalmente no uso noturno.

Em relação ao acúmulo de biofilme (placa) e consumo frequente de carboidratos fermentáveis, predominam eventos de desmineralização da estrutura dentária. Nessa situação, as bactérias do biofilme metabolizam o substrato da dieta (sacarose e outros carboidratos). Como resultado, produzem ácido como produto metabólico na interface biofilme/dente, determinando perda mineral (Ca e P) do esmalte adjacente. (FELDENS,2018)

Acúmulo de biofilme sobre os dentes é considerado fator necessário para o desenvolvimento de cárie. A exposição frequente a açúcares na dieta é fator determinante positivo para provocar o desequilíbrio entre des-remineralização! (FELDENS,2018)

Entendendo a doença, podemos realizar estratégias específicas para cada um de nossos pacientes!

Quer conferir a parte I desse artigo? Clique AQUI.

 

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