Protética com orgulho: mulheres na profissão

Da Boca Pra Fora · Dia da mulher:Protética Com Orgulho Mulheres Na Profissão

Dia 8 de Março é dia da mulher!

Nós temos a consciência de que ser mulher não é fácil por inúmeros motivos. Sempre precisamos provar que somos capazes de ser profissionais tão boas quanto um homem. Dados recentes mostram, que a cada 30 protéticos, 8 são mulheres. Ou seja, ainda são uma minoria.

Mas, acreditamos que o cenário está mudando dia após dia. As mulheres vem tomando um espaço incrível no mercado de trabalho. Para inspirar outras mulheres a dar o primeiro passo rumo ao sucesso, convidamos a protética Aline Haubricht para falar sobre sua trajetória até aqui.

Conte como foi o seu começo na profissão e quando você percebeu que estava no caminho certo

Desde que me matriculei o mundo começou a mudar, só via dentes para todos os lados. Me dediquei muito, logo após a formatura comecei a fazer o estágio, no início é muito difícil porque você sai da escola muito “crua”. Para quem não tem experiência, é difícil conseguir emprego, mas eu precisava começar e foi como estagiária, meio período no laboratório e no outro eu trabalhava em outro lugar.

Foram mais ou menos 6 meses até eu ser contratada para minha primeira queima em porcelanas, da moça do café para minha primeira queima! Quando eu tinha um tempo livre, estava do lado dos protéticos para ficar observando e aprendendo.

Sofria muito preconceito e bullying, pois era um laboratório predominantemente de homens e eles no início não apoiavam a ideia de ter uma mulher dentro do laboratório. Mas como passar do tempo, fui mostrando a eles que eu podia sim, fazer uma fundição, usinar um metal enfim coisas que são mais “perigosas” aos olhos do mundo.

Trabalhei nesse laboratório por 10 anos como funcionária, adorava trabalhar lá, e foi um processo muito necessário para meu amadurecimento e aprender as coisas do dia a dia, para então me sentir segura para montar meu próprio laboratório. Foi então que meu filho Jorge nasceu, eu tinha direito a 4 meses de licença, e quando terminou, eu não queria voltar mais, não conseguia deixar meu bebê ali sozinho num berçário tão novinho.

Nesse momento, foi que me senti pronta para pedir demissão do laboratório e montei em casa, no quarto de visitas, ali pequenininho, com poucas coisas, estrutura bem reduzida e improvisada. Com muita garra e vontade de fazer as coisas darem certo, e eu tinha comigo uma força diária, pois meu filho ficava comigo dia todo.

As coisas tomaram uma proporção rápida, em cerca de um ano o laboratório crescia e tomava conta da casa toda, tive que me mudar, contratar funcionários para me ajudar e de lá para cá com muito foco e determinação as coisas vão dando muito certo.

O nome disso é: Desistir não era uma opção!

Como você decidiu que seria TPD?

A princípio eu não sabia da existência dessa profissão, no início eu queria fazer odontologia, fui fazer um estágio em uma clínica de um amigo da minha família que era dentista e fiquei curiosa sobre as próteses dentárias, ele me explicou que eram os protéticos que faziam as próteses dentárias.

Fiquei encantada com a profissão e com o laboratório de prótese dentária. Ali eu decidi qual caminho iria percorrer e me matriculei no curso de prótese dentária em Londrina, no Colégio C&S.

Comente algum fato que te marcou ao longo de sua carreira

O início como proprietária do laboratório com toda certeza ,me trouxe vários marcos e os maiores aprendizados. Tudo era muito novo pra mim ,mas a vontade de “crescer, evoluir, de ser uma “Protética além da Bancada” era muito maior. Comecei em um quarto de visitas da minha casa, sozinha, e em menos de um ano já começaria a primeira reforma, pois o Laboratório já havia tomado conta da casa toda.

Como você se vê daqui a 5 anos?

Acredito muito na evolução do tempo, das experiências vividas, busco sempre evoluir como protética, empreendedora e mãe. Nesses 3 “jobs” temos que estar sempre buscando um equilíbrio.

Porque os anos passam e os desafios mudam, novos caminhos surgem e temos que estar atentas a tudo isso. Me vejo viajando bastante, ministrando cursos, incentivando mulheres na prótese, contribuindo para uma nova geração de protéticas além da bancada.

Qual conselho você daria para uma nova protética?

Quando comecei estava “sozinha” num universo muito masculino, onde apenas 20% são de mulheres. Era difícil acreditar que eu conseguiria tocar meu próprio Laboratório e ser bem sucedida. Mas com muita dedicação e estudo, não só de prótese mas, de gestão, de vendas, marketing e etc. Aos poucos consegui me posicionar no mercado. Não foi e não é fácil, mas desistir não era uma opção!

Invista em conhecimento, nunca pare de estudar. Nós só conseguimos subir de nível com o aumento do nosso nível técnico. Invista em curso, aproveite o conteúdo gratuito da internet, use as redes sociais, isso aqui pode potencializar o seu trabalho e o seu nome.

Quais outras mulheres TPDs você admira?

Existem muitas mulheres de destaque na prótese dentária hoje, que estão em evidência e é só o começo, estamos vindo com tudo. As mulheres que eu admiro e que você pode seguir nas redes sociais são:

  • Tininha Gomes, exemplo de determinação e sucesso para mim! Ela é protética e depois formou-se em odonto.
  • Beatriz Vieira e a Sacha Zwicker  são duas profissionais exemplares, com uma didática incrível, elas transmitem seu conhecimento em prótese total e protocolo acrílico .
  • Juliana Gonçalves, por ser uma Protética que representa muito nas resinas compostas, um conhecimento fantástico e de extrema humildade .
  • Aldiene Ecar, por toda sua história de vida, profissionalíssima, tpd e que exerce hoje uma função que só uma Protética além da bancada é capaz.

Feliz dia da mulher! Lembre-se todo dia é dia para você conquistar o seu sonho.

Deixe nos comentários qual mulher que inspira você!

Sobre a autora:

Aline Haubricht | @aline_haubricht

  • Formada há mais de 15 anos em londrina no Paraná ( colégio C&S )
  • Vários cursos no currículo como:
    • Extensivo anatomia, função e oclusão com Hilton Riquieri, David Morita – lentes de contato;
    • Daniel Morita – Facetas e protocolo;
    • Márcio Breda – Metalo cerâmica;
    • Pablo Caetano – Protocolo.

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