Qual a importância que você dá aos modelos de gesso?

Sabemos que o dia a dia clínico envolve vários procedimentos, certo? Mas, infelizmente, existe uma etapa fundamental que nem sempre recebe a devida atenção: o vazamento dos modelos de gesso. Pensando nisso, que tal relembrar alguns conceitos que prometem fazer a diferente na sua rotina clínica?

O que devemos saber sobre gessos odontológicos?

Utilizar a proporção adequada, seguir a ordem de colocação dos materiais e saber escolher o tipo certo para cada situação, essas são três das principais regras que vão te ajudar a obter um bom desempenho na execução do seu trabalho. Contudo, é importante frisar que o material deve apresentar algumas características, entre elas:

Estabilidade dimensional:

Quando falamos de estabilidade dimensional, é comum nos perguntarmos como funciona a expansão do gesso. Desta forma, existem três pontos que devem ser observados:

  • Expansão de presa: é a expansão que conseguimos ver. Quanto maior a relação A/P para o espatulamento, maior a distância inicial entre os cristais em crescimento. Entretanto, menor será o choque entre eles, o que resulta em menor expansão de presa.
  • Expansão tardia: ocorre até 48 horas após a presa inicial do gesso (ou até mais, dependendo do fabricante).
  • Expansão higroscópica: este é um fenômeno que pode ser observado quando o gesso entra em contato com a água antes da sua presa inicial.

– Resistência (a forças de compressão e tração):

Quanto maior a proporção de água de espatulamento, além da quantidade necessária para reagir, maiores serão os espaços finais entre os cristais e menor será o embricamento dos mesmos. Ou seja, tal ação resulta em um material mecanicamente inferior.

– Tempo de trabalho e remoção do molde:

Para que o modelo seja o mais fiel possível, é importante que o tempo de trabalho do gesso seja seguido corretamente. Portanto, se bem observado, cada fabricante indica o tempo ideal de trabalho. Dessa forma, é importante que o profissional não deixe de ler as recomendações na embalagem. O tempo de remoção do molde também deve ser o indicado.

– Consistência e escoamento (tixotropia):

Uma característica muito importante do gesso é que após o espatulamento, seguindo as medidas indicadas pelo fabricante, o material tenha tixotropia. Ou seja, a consistência que não escorrerá em repouso. Porém, quando colocado sob o vibrador, ele escoe pelo molde de forma homogênea preenchendo todos os elementos moldados.

Primeira etapa concluída! Agora, após compreender todas as características do gesso odontológico, que tal relembrarmos um pouquinho como funcionam os tipos de gesso?

Confira abaixo o funcionamento dos principais tipos de gesso:

– Tipo I: gesso solúvel. Indicado para moldagem, mas atualmente está em desuso.

– Tipo II (Classe I): indicado para montagens em articulador, ele apresenta baixa resistência e baixa expansão.

– Tipo II (Classe II): com baixa resistência e alta expansão, este é um tipo de gesso bastante comum. Basicamente, ele é indicado para procedimentos não odontológicos.

– Tipo III: praticamente sem indicação de uso. Possui baixa resistência e grande expansão. Mas, atenção, é contraindicado para moldar antagonistas ou montagens em articulador.

– Tipo IV: diferentemente do gesso tipo III, este é indicado para modelos de trabalhos e antagonistas. Com baixa expansão e alta resistência, o gesso tipo IV pode ser considerado um gesso tipo especial.

– Tipo IV modificado por resina: resulta em maior aderência entre os cristais de gipsita do gesso. Tal feito, o torna reforçado, mais elástico e com melhores propriedades de manipulação.

– Tipo IV sintético: excelente produto. Onde o sulfato de cálcio pode ser obtido como subproduto de processos químicos e beneficiado com aditivos.

– Tipo V: possui expansão modificada muito alta. Porém, não deve mais ser utilizado para troqueis ou bases.

Mas afinal, quais propriedades o gesso deve ter em cada situação clínica?

– Montagem no articulador: possui expansão reduzida ou zero, baixa resistência, presa acelerada e pegajosa.

– Casos com implantes: possui expansão reduzida ou zero, boa resistência, escoamento e tempo de trabalho adequados.

– Escaneamento em CAD/CAM: gesso tipo IV, sem brilho e com cor adequada para a leitura virtual.

– Presa acelerada: indicadora de emergências, quando há necessidade de presa rápida.

– Para bases: expansão e resistência reduzidos.

Atenção! Fique atento aos detalhes.

Armazenamento em câmara umidificadora: mantenha o molde em um pote bem vedado com água. Sobretudo, uma dica interessante é colocar algo para evitar que o molde encoste diretamente na água, evitando cinérise e embebição.

Cuidado ao preparar a mistura do gesso: primeiramente, coloque a água e depois o gesso. Dessa forma, você hidratará com facilidade, proporcionando uma mistura mais homogênea e sem ar incorporado.

Vibração: salvo, no fim da manipulação dê batidinhas no gral de borracha, na bancada ou até mesmo leve-o ao vibrador de gesso. Esta ação faz com que as bolhas subam e, eventualmente a água também sobe. A partir disso, o gesso fica menos resistente na parte de cima e mais espesso na parte de baixo, alterando a consistência desejada do material.

E aí, conseguiu relembrar os conceitos e aproveitar essas dicas sobre modelos de gesso? Então, agora vamos colocar em prática e produzir moldagens ainda melhores em nossos consultórios, diminuindo assim a chance de erros e planejando os casos clínicos com muito mais segurança e previsibilidade.

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